sexta-feira, 17 de maio de 2013

Passos foi a Belém admitir queda do Governo - Política - Sol

Passos foi a Belém admitir queda do Governo - Política - Sol

Passos Coelho foi a Belém no domingo dizer a Cavaco Silva que a sétima avaliação da troika a Portugal estava em perigo porque Portas recusava assinar o documento que punha como “benchmark [objectivo] estrutural” a nova taxa sobre as pensões. A troika não cedia.
Cavaco, nessa manhã, virou o jogo: manifestou também dúvidas sobre a medida e fez chegar à troika a mensagem de que poderia enviá-la para o Tribunal Constitucional. O perigo de queda do Governo e a oposição do Presidente acabaram por ter efeitos: a medida foi desvalorizada e Portas aceitou, “na 25.ª hora”, assinar o memorando. Pelo meio, até Durão Barroso interveio – o presidente da Comissão estava em Lisboa e falou com Passos e Portas, ajudando a recompor a coligação.
A crise interna começou na quinta-feira da semana passada, quando Portas recebeu no Palácio das Necessidades os chefes de missão da troika. Fez aí um derradeiro esforço para os convencer da necessidade de deixar cair a nova taxa sobre as pensões. Mas a troika não se convenceu. Considerou os cortes alternativos nos ministérios, que Portas e Carlos Moedas conseguiram em duas semanas de trabalho interno, de efeito incerto; e considerou também imprescindível que o Governo fosse determinado no campo das pensões.
Na sexta-feira ao final do dia, Passos e Portas encontraram-se em S. Bento. Foi aí que Portas disse que não assinaria o documento com a medida classificada como prioritária. Saiu da residência oficial do primeiro-ministro com a ruptura à vista.
Os técnicos externos terminaram a avaliação no sábado e deixaram a batata quente a Passos Coelho. Nesse dia, Passos chamou vários ministros a S. Bento: Mota Soares, Portas, Gaspar e Poiares Maduro. Mas em separado. Em cima da mesa, uma versão intermédia: a medida passaria a opcional, ou seja, poderia ser trocada por outra medida de igual efeito. Um critério que a tornava igual a todas as outras.
O líder do CDS, que tinha marcada em Aveiro uma discreta apresentação de candidatos autárquicos, voltou a São Bento. Mas manteve-se contra: não queria a taxa no papel nem como hipótese académica, confirmou o SOL.

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