terça-feira, 28 de maio de 2013

OCDE: Portugueses precisam de condições para ter mais filhos - Dinheiro Vivo

OCDE: Portugueses precisam de condições para ter mais filhos - Dinheiro Vivo

As famílias portuguesas precisam de mais apoio para criar os filhos, conclui a OCDE, no seu índice de qualidade de vida, naanálise ao equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal.
As pessoas passam entre um décimo a um quinto do seu tempo de vida a desempenhar tarefas não remuneradas, como trabalho doméstico ou cuidar dos filhos e da família. Em Portugal, os homens gastam em média 96 minutos por dia nessas tarefas (média de 131 minutos na OCDE), menos de um terço do tempo gasto pelas mulheres nas mesmas tarefas: 328 minutos (279 na OCDE).
"A pessoa média na OCDE trabalha 1.776 horas por ano e dedica 62% do dia, ou cerca de 15 horas, a cuidados pessoais (desde dormir, comer, etc) e lazer (socializar com amigos e família, passatempos, jogos, televisão, etc", refere o índice de qualidade de vida.
E Portugal classifica-se melhor no tempo passado no trabalho - 1.711 horas por ano, em comparação com as 1.776 horas da média da OCDE -, apesar de a quantidade de pessoas que trabalha mais de 50 horas por semana não ser muito frequente na OCDE. Portugal está dentro da média, neste caso, com apenas 9% de trabalhadores com muitas horas semanais.
Tudo isto ajuda a que a taxa de fertilidade continue a diminuir em Portugal - só um país da OCDE tem uma taxa inferior, a Coreia do Sul. A OCDE alerta que "a fertilidade sustentável é importante para assegurar que a população que envelhece não ameaça o sistema de segurança social e a produtividade futura". Mas, alerta, "o problema não é, na realidade, as famílias portuguesas não terem crianças, mas o facto de não terem mais de uma criança". Só uma em cada dez mulheres com mais de 49 anos não tem qualquer filho, mas cerca de metade de todas as famílias portuguesas têm apenas um filho.
"Para melhorar as taxas de fertilidade, as famílias portuguesas precisam de mais apoio para tomar conta das crianças mais pequenas", recomenda a OCDE.

Mesmo assim, não estamos entre os piores. A pré-escola em Portugal triplicou na última década e atingiu os 65%, quando a média da OCDE é de 58,2%. Todavia, o país gasta menos do que a média da OCDE em cada estádio de infância: menos de metade nos primeiros anos de vida (11.500 euros por criança, por comparação com uma média de 24.900 euros) e apenas um terço e um quarto do que é gasto na OCDE com as crianças mais crescidas e quase adultas.

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