segunda-feira, 27 de maio de 2013

Eurogrupo reconhece que Portugal pode precisar de mais ajuda - Dinheiro Vivo

Eurogrupo reconhece que Portugal pode precisar de mais ajuda - Dinheiro Vivo

"Há preocupações em saber se Portugal conseguirá fazer a transição para os mercados financeiros sem ajuda" quando completar o seu programa de ajustamento, em junho de 2014, disse esta tarde Jeroen Dijsselbloem, o presidente do Eurogrupo.
Num debate promovido pelo Movimento Europeu Portugal, na sede da Comissão Europeia em Lisboa, o holandês revelou que os contactos que manteve ao longo do dia de hoje junto do primeiro-ministro, de deputados, do ministro das Finanças e de vários outros altos responsáveis o deixaram ciente de que "existem preocupações" que precisam ainda de ser respondidas.
O líder do conselho dos ministros das Finanças do euro estava a referir-se ao período pós-troika, em que supostamente, Portugal já terá acesso pleno aos mercados de obrigações.
A dúvida é se para lá chegar o país precisa ou não de mais ajuda, seja ela financeira (como o programa OMT do BCE que permite compra de obrigações soberanas no mercado secundário) ou de outro tipo.
Há alguns economistas, como José Silva Lopes, que defendem que Portugal não consegue reduzir o défice e a dívida num abiente recessivo ou de estagnação sem um reforço nos empréstimos da troika, por exemplo. Os juros da dívida já contraída são um dos maiores problemas a enfrentar nos próximos anos.
"É cedo demais para o dizer", referiu Jeroen Dijsselbloem, em resposta a uma questão da audiência, referindo que o país está a fazer tudo bem e a recuperar a confiança dos investidores.
O ministro holandês reconheceu que a Europa tem de se preparar melhor para as crise futuras e que não pode reagir com dez anos de atraso aos problemas, como aconteceu nesta crise.
"No futuro teremos de ter uma abordagem diferente para a crise, temos de reagir 10 anos mais cedo." Referia-se aos anos de "crédito barato que financiaram o modo de vida atual", o tal que é insustentável. 
Depois foi confrontado com a possibilidade de alguns países terem de sair do euro. A resposta veio rápida:  "ninguém tem de sair do euro; cada um tem de enfrentar os desafios, modernizar as sociedades".
"Sobre a saída do euro para resolver os problemas. Há uma piada de um economista holandês que diz: se a desvalorização fosse o melhor para as economias, então o Zimbabwe seria a melhor economia do mundo, e não é".

"A via da desvalorização é não enfrentar as questões que são importantes, os desafios da competitividade".

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