domingo, 23 de agosto de 2015

Tem filhos? Agora tem o direito de pedir um desconto no IMI ao seu municipio


sábado, 22 de agosto de 2015

Holandês quer criar o maior aspirador de smog do mundo

O nome de Daan Roosegaarde está associado a vários projectos relacionados com a segurança rodoviária ou iluminação, sempre com o objectivo de melhorar o ambiente. No seu mais recente projecto, esse propósito é elevado ao seu máximo. O designer holandês quer criar o maior aspirador de smog do mundo, que ao absorver a poluição a transforma em ar purificado. Mas precisa de ajuda.
Chama-se Smog Free Tower e é uma torre que absorve partículas de poluição do ar através de uma tecnologia de iões já existente e patenteada, que produz uma espécie de bolhas que criam zonas livres de smog. A tecnologia é actualmente utilizada no interior de hospitais, mas o protótipo criado porDaan Roosegaarde terá como objectivo ser usado no exterior.
Com cerca de sete metros de altura e 3,5 de largura, o primeiro protótipo da torre anti-smog tem capacidade para aspirar 30 mil metros cúbicos de resíduos por hora.
A ideia surgiu há três anos, durante uma viagem de Roosegaarde a Pequim, onde experienciou os efeitos da poluição muito elevada na capital chinesa. “O projecto Smog Free não tem apenas como objectivo ser uma solução final mas também uma experiência sensorial de um futuro limpo. Em conjunto com governos, organizações não governamentais e a indústria de tecnologia de limpeza, as pessoas tornam-se parte da solução e não do problema”, escreve o designer no seu site.
É ao público que o designer pede ajuda para concretizar este projecto a uma grande escala. Através de uma campanha activa no site de crowdfundingKickstarter, Roosegaarde e a sua equipa pedem 50 mil dólares em financiamento para desenvolver mais torres. Nesta quinta-feira, a campanha, a 34 dias de terminar, estava a 3300 dólares do seu objectivo final.
Quem contribuir com mais de 50 dólares, recebe um anel ou um par de botões de punho que têm pequenos cubos transparentes com resíduos comprimidos de smog recolhido pela torre. O resultado são duas peças de joalharia, com cada uma a representar a purificação de mil metros cúbicos de ar poluído. “É uma bonita forma de passar a mensagem deste projecto, percebendo o impacto ambiental tangível que vocês fizeram por apoiar este projecto”, realça o holandês.
O protótipo da torre vai ser apresentado ao público a 4 de Setembro num parque público em Roterdão, Holanda, antes de ser mostrada noutras partes do mundo, incluindo Pequim (China), Cidade do México (México), Paris (França) e Los Angeles (EUA), cidades onde os níveis de poluição são elevados.

Os 10 super-genes que todos teremos um dia - Dinheiro Vivo

Os 10 super-genes que todos teremos um dia - Dinheiro Vivo



A investigação em genética está de tal ordem avançada que, brevemente, teremos tecnologia capaz de modificar os nossos genes de forma a sermos mais fortes e resistentes. Quem o diz é um dos gurus da investigação, George Church, que acredita estarmos à beira da maior descoberta biotécnica do século que irá mudar a medicina para sempre.
A tecnologia conhecida por CRISPR poderá, em teoria, entrar no nosso código genético e substituir os genes menos benéficos por outros mais vantajosos, como, por exemplo, os 10 listados por Church como alguns dos mais importantes:
1) A variante que dá origem a ossos extra-fortes;
2) A variante que dá origem a massa magra (ou músculos);
3) A variante que faz com que as pessoas sejam menos sensíveis à dor (útil em alguns contextos);
4) A variante que está associada à baixa produção de odor corporal;
5) A variante que torna as pessoas mais resistentes a vírus;
6) A variante que está ligada a um baixo risco de doença coronária;
7) A variante que está associada a um baixo risco da doença de Alzheimer;
8) A variante que está associada a um baixo risco de cancro;
9) A variante que está associada a um baixo risco de diabetes tipo 2;
10) A variante que está associada a um baixo risco de diabetes tipo 1.


Enquanto não chega a tecnologia para modificar os genes de forma a vivermos vidas mais longas e com melhor qualidade - para já, a CRISPR consegue funcionar como idealizado em apenas cerca de 20% dos casos - os cientistas desdobram-se em publicações sobre as descobertas. Só este ano, deverão ser publicados mais de 1.100 artigos sobre a CRISPR.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A partir de amanhã, começamos a viver acima das possibilidades da Terra - Ciência - DN

A partir de amanhã, começamos a viver acima das possibilidades da Terra - Ciência - DN



A partir de amanhã, começamos a viver acima das possibilidades da Terra
Fotografia © NASA
Em oito meses, a humanidade consumiu os recursos renováveis que o planeta consegue produzir durante um ano. Depois do dia 13 de agosto, estamos a delapidar as reservas da Terra.
Há 20 anos que a Global Footprint, uma organização governamental ligada à conservação da natureza, faz o cálculo: com dados fornecidos pelas Nações Unidas, a ONG compara a pegada ecológica do Homem - que mede a exploração dos recursos naturais do planeta Terra pelo ser humano - com a capacidade do planeta de se regenerar, renovando os seus recursos e absorvendo os resíduos. Perante as informações recolhidas, a Global Footprint determina o dia em que a exploração humana ultrapassa a chamada biocapacidade da Terra. Em 2015, esse dia assinala-se esta quinta-feira, 13 de agosto.
A data é cada vez mais precoce: em 2005, o homem começava a explorar as reservas do planeta só a partir de setembro. Em 1975, os recursos renovados a cada ano terminavam apenas em novembro. A vertigem do consumo é cada vez maior e a humanidade, conforme indica a organização, vive cada vez mais tempo "a crédito", com a dívida ecológica a crescer e a tomar proporções preocupantes. A desflorestação, escassas reservas de água, poluição e o efeito de estufa são o preço que o Homem já está a pagar pelo consumo desenfreado dos recursos terrestres, num ciclo vicioso que, daqui em diante, só pode piorar caso não sejam tomadas medidas urgentes.
A poucos meses da conferência mundial sobre as alterações climáticas - prevista para dezembro, em Paris - o vice-presidente da Global Footprint, Sebastian Winkler, disse ao Le Monde que as negociações que se avizinham serão determinantes para reduzir a pegada ecológica do homem, porque são as emissões de carbono as principais responsáveis pela degradação do ambiente e dos recursos terrestres.
"É um ciclo vicioso. A nossa forma de consumo degrada os ecossistemas dos quais dependemos. Lança gases com efeito de estufa para a atmosfera e o aquecimento global agrava ainda mais esta situação", realça Diane Simiu, a diretora dos programas da WWF, organização dedicada à preservação do ambiente, em França. A continuar a tendência de sobreexploração dos recursos do planeta, em 2030 serão necessários os recursos gerados por dois planetas Terra para responder às necessidades do homem.
A boa notícia, segundo Sebastian Winkler, é que basta que os 195 países que vão participar na reunião de Paris cheguem a acordo para a redução em 30% das emissões de CO2: assim, em 2030, a humanidade viveria das reservas da terra só a partir de 16 de setembro, verificando-se uma maior poupança dos recursos do planeta. Caso nada mude, o dia chegará a 28 de junho.

domingo, 2 de agosto de 2015

Lisboa, o improvável santuário da vida selvagem - Portugal - DN

Lisboa, o improvável santuário da vida selvagem - Portugal - DN



Uma coruja com uma fratura complicada numa asa recebe os primeiros cuidados na “clínica” do Centro de Recuperação de Monsanto
Uma coruja com uma fratura complicada numa asa recebe os primeiros cuidados na “clínica” do Centro de Recuperação de MonsantoFotografia © Pedro Rocha / Global Imagens
Ao longo das últimas décadas, Lisboa tornou-se mais ecológica e amiga da natureza e isso é visível na biodiversidade animal e vegetal da cidade.
Estamos no meio de um parque florestal com 900 hectares, numa pequena reserva de 16 hectares, vedada e interdita a visitantes não autorizados. E, dentro desta, acabámos de entrar num Centro de Recuperação de Animais Silvestres, onde estão hospedados grifos - uma espécie de abutre -, águias, falcões, raposas, fuinhas, ouriços e mais uma série de outras espécies de aves, mamíferos e répteis.
Parece impossível mas estamos mesmo em Lisboa. Em pleno coração da cidade. Ou em pleno pulmão, para sermos mais rigorosos. E dentro daquela caixa de cartão, que acaba de chegar ao Centro de Interpretação de Monsanto, pelas mãos de um casal preocupado, está mesmo uma coruja. Tem uma fratura exposta numa asa, com necrose, e o olhar preocupado de Manuela Leite Mira, a veterinária sénior da pequena equipa do centro, deixa perceber que chegou em mau estado: "O prognóstico é grave", sentencia. "Vamos fazer o que podemos para a estabilizar e depois chamamos um especialista, para operar."
A "clínica" - como é descrita pelo pequeno staff residente e pelos muitos voluntários - não é mais do que uma cabana prefabricada, do tamanho de uma cozinha. Mas é ali que são diariamente admitidos os animais silvestres, vindos de todo o país , que o centro acolhe.
"No ano passado entraram aqui 1200. Neste ano, pelo ritmo a que vamos, deverão chegar aos 1500", estima a bióloga Verónica Bugalho. "Não há propriamente um mês mais intenso. Existe a época de reprodução, com muitas crias de aves que caem dos ninhos, e depois há outro pico na época das migrações.
Os primeiros cuidados e os tratamentos mais convencionais são assegurados pela equipa. É o caso daquela coruja, entregue às mãos da veterinária Érica, que nos expulsa diplomaticamente da clínica para tratar a paciente com a privacidade e o sossego que esta merece. Quando as patologias exigem atenções mais concretas, entra em cena um batalhão de veterinários especializados. Todos trabalham gratuitamente para o centro, sempre que são chamados: "Tratamos aqui pelo menos 25 especialidades diferentes, de inúmeras espécies. Desde o início do centro, em 1996, já passaram por aqui 248 espécies diferentes", explica Manuela Mira.
Num centro com um orçamento e instalações limitados - que a Câmara de Lisboa está a tentar melhorar - "a carolice" tem um peso muito grande. "Está a ver este rapaz?", pergunta a veterinária, apontando para um jovem biólogo que passa por nós, apressado, com uma ave nas mãos. "Tirou um ano sabático para vir trabalhar para cá, como voluntário. Entra todos os dias às nove da manhã e sai às seis da tarde."
É também com o apoio de voluntários que a equipa consegue manter os parques de espera. Uma espécie de inversão absoluta do conceito de jardim zoológico, onde o principal objetivo é reduzir ao mínimo a exposição dos animais aos seres humanos, pessoal do centro incluído.
Através de uma nesga na cobertura desta jaula, é possível avistar uma raposa juvenil. Os animais devem ser isolados dos olhares dos tratadores, para manter os instintos
Através de uma nesga na cobertura desta jaula, é possível avistar uma raposa juvenil. Os animais devem ser isolados dos olhares dos tratadores, para manter os instintosFotografia © Pedro Rocha / Global Imagens
Domesticar um animal silvestre pode ser tão grave como deixá-lo sem qualquer tratamento: "Muitos animais perdem os instintos e, se os libertamos, morrem de fome ou predados. E se for um animal territorial, como uma águia-de-asa-redonda, se passa a encarar o homem como seu igual e o encontra no seu território pode atacar."
A libertação na natureza é o objetivo final para todas as espécies que ali entram. E é também o que ajuda a ultrapassar os dissabores e as invulgares exigências profissionais, como ser chamado às onze da noite para acudir a uma águia ferida. Chegamos a uma espécie de gaiola em forma de túnel, usada para treinar as aves a recuperarem ou aprenderem a voar. Lá dentro estão três juvenis de bufo-real, a maior coruja do mundo, cuja envergadura de asas pode ultrapassar os dois metros. "Chegaram-nos crias, com uma parasitose muito invulgar e um prognóstico muito complicado", conta Manuela Mira. "Sobreviveram as três. É um privilégio ser funcionário público aqui."
É também um privilégio dos lisboetas viver numa capital onde não só se acolhem e resgatam espécies de todo o país mas também se tem assistido nas últimas décadas a uma explosão da biodiversidade, entre os regressos de espécies que há muito não passavam por aqui, como as raposas e algumas aves de rapina, às benignas invasões e introduções de visitantes mais exóticos, como os periquitos-rabijuncos e os esquilos-vermelhos.
Manuela Leite Mira, do Centro de Recuperação de Monsanto, segura na mão um ouriço-cacheiro enrolado. Mantê-lo desconfiado dos seres humanos será essencial
Manuela Leite Mira, do Centro de Recuperação de Monsanto, segura na mão um ouriço-cacheiro enrolado. Mantê-lo desconfiado dos seres humanos será essencialFotografia © Pedro Rocha / Global Imagens
Não esquecendo a flora: a capital tem mais de 600 mil árvores, o que equivale a dizer que estas ultrapassam a população humana residente em perto de 100 mil. Acácias, azinheiras, choupos, espinheiros, eucaliptos, olaias, oliveiras, palmeiras, plátanos, sobreiros, são apenas uma amostra das espécies que podem encontrar-se.
A revolução verde...
Parte da explicação para a proximidade de Lisboa com o mundo silvestre passa pela localização geográfica invulgar da capital portuguesa, entre dois importantes santuários: a Reserva Natural do Estuário do Tejo e o Parque Natural de Sintra-Cascais.
Mas para compreender o motivo pelo qual Lisboa parece estar a tornar-se, ela própria, um habitat aceitável para muitas espécies, é preciso recuar no tempo mais de uma década, até ao momento em que começou a concretizar-se o aparentemente utópico sonho de um arquiteto paisagista chamado Gonçalo Ribeiro Telles.
Pouco a pouco, o sonho de ligar os jardins, bosques, áreas rurais de Lisboa através de "corredores verdes"tem vindo a ganhar forma. E se estes são cada vez mais utilizados pelos lisboetas, para fugir ao frenesim da metrópole, são também cada vez mais as espécies animais e vegetais que os usam para se espalharem a novos territórios.
"Há continuidade do espaço e isso permite essa circulação", diz ao DN José Sá Fernandes, vereador da Câmara de Lisboa com o pelouro do Ambiente. "De facto, Ribeiro Telles tinha essa visão, que julgo que no ano que vem teremos concretizada: todos os corredores verdes, não apenas a ligação de Monsanto ao Parque Eduardo VI I mas também Monsanto até ao rio, passando pela cidade, pela Avenida Duque de Ávila, e depois por todo aquele percurso extraordinário: Casal Vistoso, Belavista, Fundão, Quinta das Flores, rio."
... e a revolução azul
O rio que banha a cidade é obviamente um elemento fundamental da sua sustentabilidade ambiental. E também deste ponto de vista as últimas décadas têm trazido boas notícias, com uma progressiva melhoria da qualidade da água. Na chamada Linha do Estoril, na zona entre Oeiras e Alcântara, esse progresso começou na década de 1980. Hoje, várias praias da linha têm a bandeira azul. Outras que antes eram desaconselhadas a banhistas, como a praia de Paço de Arcos, passaram a ser espaços concessionados e aprovados. Em Portugal há mais de 500 praias onde a qualidade da água é considerada má. Mas entre Caxias e Cascais não existe uma única que tenha menos de "bom" na classificação.
E algumas estão a atingir níveis surpreendentes. A chamada Plataforma Interdital das Avencas, entre as praias da Parede, Avencas e Bafureira, tem recuperado a riqueza da sua biodiversidade - potenciada pelas características plataformas de rocha que entram pelo mar dentro - e serve hoje de viveiro de várias espécies marinhas, desde moluscos a algas, anémonas e peixes. Ainda neste ano, deverá ser formalizada como a primeira reserva marinha de gestão local do país.
Mais a montante, junto à cidade de Lisboa, também há sinais animadores. Antes da Expo"98, o Trancão - um dos principais afluentes do Tejo - era um rio extremamente poluído, reconhecido pelo seu mau cheiro. Hoje, após quase duas décadas de tratamentos de águas residuais e de fiscalização mais apertada sobre a indústria que o utilizava para as suas descargas, a qualidade da água melhorou substancialmente. Na cidade, depois da construção de uma conduta entre o Terreiro do Paço e a ETAR de Alcântara, finalizada em 2011, os esgotos urbanos deixaram finalmente de ser descarregados no Tejo.
Nos últimos anos têm-se tornado frequentes as notícias de avistamentos de grupos de golfinhos no Tejo. Ainda não existem evidências científicas de que estes avistamentos possam indicar um regresso à capital deste mamífero, que há décadas não tem aqui populações estáveis. Mas pelo menos algumas das espécies que lhe servem de alimento, como as corvinas, já estão de regresso.