quarta-feira, 15 de junho de 2016

Lisboa reduz emissões de C02 para metade em 12 anos - DN.PT

Objetivos assinalados para 2020 já foram ultrapassados, diz vereador da Energia da Câmara de Lisboa.

As emissões de dióxido de carbono (C02) e os consumos de energia primária no concelho de Lisboa diminuíram 50% e 35%, respetivamente, entre 2002 e 2014, divulgou hoje a Câmara Municipal, salientando ainda não estar satisfeita com os resultados.

"Tem muito a ver com a política energética do país, mas, de facto, a própria cidade também fez o seu esforço", disse à agência Lusa o vereador da Energia do município, José Sá Fernandes.

O autarca aludia aos resultados do estudo apresentado nos Paços do Concelho - feito pela autarquia, pelo Instituto Superior Técnico e pela agência municipal de energia e ambiente Lisboa E-Nova - sobre os consumos energéticos na cidade desde 2002, ano em que Lisboa assinou o Pacto dos Autarcas (movimento europeu que envolve autarquias empenhadas e aumentar a eficiência energética).

De acordo com o mesmo estudo, intitulado "Matriz energética de Lisboa", as emissões de C02 passaram de 3.887 quilotoneladas (kton) em 2002 para metade, 1.934 kton, em 2014.

"Nós tínhamos objetivos assinalados para 2020 [como uma redução de 20% nas emissões] e já os atingimos e ultrapassámos largamente", assinalou Sá Fernandes.

O documento, divulgado no âmbito da Semana Europeia da Energia Sustentável, revela também que houve uma redução de 35% dos consumos de energia primária no concelho de Lisboa durante este período.

Aqui, inserem-se as diminuições no consumo de gasolina (69%), de gasóleo (43%) e de eletricidade (23%). Inclui-se ainda o consumo de gás natural, que aumentou 28%.

De acordo com o autarca, as políticas municipais também contribuíram para obter estes resultados.

"Os próprios consumos da Câmara diminuíram todos bastante, quer na água, quer na eletricidade e quer no gasóleo", sublinhou o responsável, falando em reduções na ordem dos 30%, 23% e 37%, respetivamente, entre 2008 e 2015.

Em 2014, a Câmara foi responsável por 2,7% do total dos consumos do concelho e emitiu 2,4% das emissões da cidade.

Sá Fernandes prometeu que as melhorias não ficam por aqui: "Eu nunca estou satisfeito, eu quero mais. E é possível, não é irrisório".

Para isso, enumerou medidas como a aplicação da tecnologia LED à iluminação pública, o acréscimo da produção elétrica de origem fotovoltaica, a reabilitação dos edifícios e a sua certificação. Apenas o edifício municipal do Campo Grande está certificado, estando outros processos em curso.

No âmbito dos transportes, defendeu a continuação da aposta em viaturas elétricas para a frota municipal e a passagem para a autarquia da gestão da rodoviária Carris e do Metropolitano de Lisboa, que, a seu ver, "vai ser absolutamente decisiva para melhorar as performances ambientais".

Outra das apostas será a reutilização da água residual, tanto para a lavagem das ruas (em 2014, foram reutilizados mais de 23 mil metros cúbicos) como para a rega de espaços públicos, que pode ter um uso potencial de 320 mil metros cúbicos por ano.

Para que a rega possa ser feita com água tratada, o município está a "finalizar os estudos" para garantir a qualidade da água e só avança quando estiver "100% segura", adiantou José Sá Fernandes.

El Niño provoca níveis históricos de CO2 em 2016 - DN.PT

No ano anterior apenas três meses tinham registado valores inferiores às 400 partes por milhão.

Pela primeira vez em cinco milhões de anos, o nível de concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera estará acima das 400 partes por milhão (em cada milhão de moléculas atmosféricas, 400 são de CO2) durante todo o ano.
Os dados registados no observatório havaiano situado no vulcão Mauna Loa refletem um crescimento simbólico, embora não tenham um significado particular para a física do sistema climático, anuncia o Instituto de Meteorologia inglês.
"A concentração atmosférica de dióxido de carbono tem aumentado ano após ano devido às emissões humanas, mas este ano receberá um estímulo extra garantido pelo recente El Niño", comenta Richard Betts, autor do estudo publicado na Nature Climate Change que avança estes números.
O El Niño - um fenómeno que afeta a distribuição de temperatura da água do Pacífico - tem tornado os trópicos mais secos e quentes e limitado a capacidade florestal de eliminar dióxido de carbono da atmosfera.
Estas condições provocam, ainda, enormes incêndios por todo o mundo que contribuem para a acentuação da concentração de CO2 na atmosfera.
Em 2016, o nível médio de CO2 será 404,45 partes por milhão. Setembro será o mês com concentração mais baixa (401,48). O nível máximo foi registado em maio (407,7 partes por milhão).
É improvável, segundo o Instituto de Meteorologia inglês, que os níveis diminuam nos próximos anos, embora certas áreas do planeta, como o Alasca, registem valores inferiores.

Pela primeira vez, CO2 foi transformado em pedra - PUBLICO.PT

Nova técnica desenvolvida na Islândia propõe armazenar emissões de CO2 no solo transformando-as em pedra e não apenas enterrando-as como gás.


Projecto islandês vai armazenar 10 mil toneladas de CO2 por ano DR

Uma equipa de cientistas e engenheiros de uma central eléctrica na Islândia mostrou pela primeira vez ser possível enterrar emissões de dióxido de carbono no subsolo transformando-as num elemento sólido em apenas alguns meses. O estudo que dá conta da descoberta foi publicado esta semana narevista Science e está a ser recebido com optimismo. Até aqui, os projectos de captura e o sequestro de carbono (CCS, na sigla inglesa) separam numa central a água do CO2 que depois é conduzido por uma conduta que o leva por um poço onde é injectado no subsolo. O receio era de que o gás poderia de algum modo “escapar” e regressar à atmosfera. No modo convencional, o CO2 é armazenado como gás em rochas sedimentares que, ao contrário do basalto utilizado neste estudo, não contém os minerais necessários para converter o CO2 em pedra.
O projecto piloto Carbonfix começou em 2012 na central de Hellisheidi, na Islândia, a maior central geotérmica do mundo. Cientistas misturaram os gases com a água quente vulcânica que retiravam do solo, injectando-o novamente no subsolo de basalto. Na natureza, quando o basalto é exposto ao dióxido de carbono e à água, e uma reacção química natural transforma o carbono em calcário. A expectativa inicial era a de que um processo pudesse demorar centenas ou milhares de anos. Essa foi uma das surpresas do estudo: no basalto debaixo da central islandesa, 95% do carbono injectado demorou menos de dois anos a solidificar.
Os processos de captura e o sequestro de carbono podem ter um papel relevante na mitigação das alterações climáticas: em 2050, a Agência Internacional de Energia estima que estas tecnologias possam reduzir as emissões globais de gases com efeito de estufa em 19%.
“Precisamos de lidar com as crescentes emissões de carbono e o seu armazenamento permanente – transformá-las novamente em pedra”, defende Jureg Matter, investigador que liderou o estudo do projecto islandês.