quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Janeiro, mais um mês de recordes climáticos - Publico.pt

A temperatura global atingiu um recorde ao mesmo tempo que o gelo do Árctico está com uma extensão de Inverno mínima.

Depois de 2015 ter sido o ano mais quente desde que se iniciaram os registos de temperaturas, o primeiro mês de 2016 já forneceu novos recordes. O relatório mensal dos Centros Nacionais para a Informação Ambiental (mais conhecidos por NOAA) mostra que Janeiro de 2016 foi o Janeiro mais quente desde há 137 anos, quando os registos se iniciaram. O Árctico foi uma das regiões especialmente afectadas, onde a temperatura subiu seis graus acima da média, o que se reflectiu negativamente no aumento de gelo típico no Inverno naquela região: Janeiro atingiu um recorde mínimo em termos de área de gelo.

“A extensão do gelo em Janeiro foi em média de 13,53 milhões de quilómetros quadrados, o que é 1,04 milhões de quilómetros quadradosabaixo da média entre 1981 e 2010”, segundo o relatório do Centro Nacional de Informação do Gelo e da Neve. “Este foi o Janeiro com a extensão mínima [de gelo] registado pelos satélites, 90.000 quilómetros quadrados abaixo do recorde anterior ocorrido em 2011.”

Apesar de se dar mais atenção à área de gelo mínima anual, que ocorre em meados de Setembro, o certo é que a área de gelo máxima – que se atinge nas primeiras semanas de Março – tem vindo a diminuir nas últimas décadas. A diminuição da área de gelo tem sido de 3,2% por década. Em 1979, o primeiro ano em que houve registos de satélite, a área máxima de gelo para aquele mês era cerca de 15,5 milhões de quilómetros quadrados, mais dois milhões de quilómetros quadrados do que a de 2016.

A causa para este Janeiro particularmente quente no Árctico deveu-se ao facto de a pressão atmosférica por cima do Pólo Norte (fenómeno conhecido como Oscilação do Árctico) ter sido negativa, o que permitiu as correntes de ar frio do Árctico fugirem mais para Sul. Durante o mês de Fevereiro, a área de gelo do Árctico continua muito abaixo da média, indicando que se poderá atingir nas próximas semanas o recorde mínimo de Inverno desde de que há registo.

Os recordes de temperatura do mês passado estão ligados ao forte fenómeno do El Niño, o aumento da temperatura das águas superficiais do oceano Pacífico, que se fez sentir nos últimos meses e que se sobrepõe aoaquecimento global. “As temperaturas médias globais à superfície dos continentes e dos oceanos em Janeiro de 2016 foram de 1,04 graus Celsius acima da temperatura média de 12 graus Celsius do século XX, as mais altas para Janeiro no registo dos últimos 137 anos, ultrapassando por 0,16 graus Celsius o recorde anterior atingido em 2007”, explica o relatório do NOAA. Este é o segundo maior registo mensal de sempre, “só superado por Dezembro de 2012, em que as temperaturas foram 1,11 graus Celsius acima da média”. Janeiro foi também o nono mês consecutivo em que as temperaturas de cada mês bateram recordes em relação ao registo dos anos passados para o mesmo mês.

Os cientistas não sabem dizer qual, ou se há, uma relação entre o El Niño e a Oscilação do Árctico. Apesar de haver uma tendência para o aumento de temperatura amplificar-se nas latitudes mais a norte, o mês passado foi “absurdamente quente em todo o Oceano Árctico”, disse Mark Serreze, director do Centro Nacional de Informação do Gelo e da Neve, citado pelo jornal norte-americano Washington Post.

Outras regiões especialmente quentes foram o Norte da Sibéria, onde a temperatura aumentou cinco graus acima da média, assim como partes do Sudeste e Sudoeste asiático, do Médio Oriente, uma região importante no Sul de África e regiões na América do Sul e na América Central.

Mas também houve regiões que estiveram anormalmente frias, mostrando que nas ciências climáticas nada é homogéneo. O Norte do México, a Península Escandinava, a Ásia Central perto da Mongólia e a região do oceano Atlântico a sul da Gronelândia registaram temperaturas abaixo da média para aquele mês.  

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Crianças. Os medos próprios de cada idade - IONLINE.PT

anças. Os medos próprios de cada idade


Todas as crianças têm medo de alguma coisa. Monstros, o escuro, ou até mesmo das pessoas em geral. O que é necessário saber é que todos estes medos são normais e fazem parte do desenvolvimento infantil.

A revista brasileira Crescer falou com a psicóloga Rita Calegari e esta desvendou os medos mais comuns em cada fase do crescimento:
Até aos 7 meses
- Barulhos inesperados e luzes fortes.
Dos 7 meses a 1 ano e meio
- Pessoas, ambientes e objectos novos;
- Perder os pais de vista.
De 1 ano e meio aos 3 anos
- Escuridão;
- Pessoas mascaradas;
- Ficar sozinho.
Dos 3 aos 5 anos
- Monstros;
- Fantasmas;
- Escuridão;
- Animais;
- Chuva;
- Trovoada;
- De se perder.
A partir dos 5 anos
- Ser deixado na escola;
- Ladrões;
- Personagens assustadoras.
A partir dos 6 anos
- Da própria morte;
- Da morte dos pais;
- De ser criticado.
Se não sabe como lidar com alguns dos medos do seu filho e precisa de ajuda, clique aquipara saber mais sobre o assunto.

Saiba se está vulnerável face aos ladrões da Net - JN.PT

A Comissão de Proteção de Dados alertou, este domingo, que as pessoas disponibilizam informação pessoal na internet de forma "negligente e ingénua", como o fazem também empresas e entidades públicas. E lançou um teste de auto-avaliação.
Para evitar o adágio "depois de casa roubada trancas à porta", a CNPD, na sua página na internet, faz um teste para avaliar o grau de vulnerabilidade face aos ladrões e deixa conselhos de proteção.
Num ano em que a CNPD elegeu como de combate à usurpação de identidade, Clara Guerra, coordenadora do serviço de informação e relações internacionais, avisa que é cada vez mais fácil "roubar a identidade" porque "as pessoas disponibilizam" demasiada informação na internet.
Criando uma identidade falsa podem ser abertas contas bancárias, fazer-se empréstimos ou compras. Clara Guerra diz que o roubo de identidade para fins ilícitos sempre existiu, mas lembra que "antigamente quando havia um roubo quase sempre se recuperavam os documentos", o que não acontece hoje, porque "há um mercado de documentos".
Com a internet os criminosos tiveram a vida facilitada, afirmando a responsável que é fácil num motor de pesquisa aceder a listas com nomes associados ao número do cartão de cidadão ou de identificação fiscal.
"Hoje a internet é um meio fértil para recolher informações", há "muitas empresas e entidades públicas que divulgam informação pessoal" e, por vezes, alegando transparência, "publica-se na internet", diz Clara Guerra, exemplificando com o Ministério da Educação, que durante anos publicava na internet, "em página aberta", listas de professores com os números dos bilhetes de identidade associados.
"Divulgar o número do bilhete de identidade/cartão de cidadão não é correto", há informação disponibilizada com boa intenção "mas que é violadora e pode ser usada de forma abusiva por terceiros", avisa.
A internet "representa um repositório muito grande de informação pessoal e, por isso, há riscos acrescidos", diz a responsável da CNPD, acrescentando que as redes sociais vieram ainda piorar a situação. E conta que, ao contrário do que se poderia pensar, os jovens estão mais sensibilizados para o problema do que os adultos, "que facilmente partilham informações pessoais que lhes podem sair caras".
Clara Guerra dá como exemplo a rede social FaceBook, que dá uma "falsa sensação de segurança", e adianta: "antigamente as pessoas preservavam os contactos, os amigos, mas hoje expõem a sua rede, dizem com quem se relacionam, o tipo de relações, a família, os amigos, os colegas de trabalho".
As pessoas não têm a noção de que aquilo que colocarem nas redes sociais pode influenciar na obtenção de um emprego e também expõem em demasia os filhos, disse a responsável, lembrando um acórdão do Tribunal da Relação de Évora e que a revista semestral da CNPD (Fórum de Proteção de Dados) cita.
Neste acórdão, os juízes impuseram aos pais o dever de se absterem de publicar nas redes sociais fotografias ou informações identificando a filha, afirmaram que proteger a imagem e a vida privada é tão importante como promover o sustento, a saúde a educação dos filhos, que "não são coisas ou objetos pertencentes aos pais e de que estes podem dispor a seu bel-prazer".
O acórdão cita várias normas para dizer que há "um perigo sério e real adveniente da divulgação de fotografias e informações de menores nas redes sociais".
No início do mês a PSP também já tinha alertado que os pais não devem de publicar fotografias das caras dos filhos, a localização ou os nomes, avisando que uma fotografia que se publica na internet é para sempre.
A proteção de dados pessoais é um direito fundamental consagrado na Constituição (artigo 35) e que completa 40 anos a 2 de abril.