sexta-feira, 31 de maio de 2013

Ovos mais antigos do mundo descobertos na Lourinhã - Ciência - DN

Ovos mais antigos do mundo descobertos na Lourinhã - Ciência - DN

Parque jurássico na Lourinhã
Parque jurássico na Lourinhã
Oito cientistas, cinco deles portugueses, anunciaram ontem que descobriram na Lourinhã os mais antigos ovos com embriões de dinossauros carnívoros do mundo, tendo a descoberta sido validada com a publicação de um artigo científico na revista Scientific Reports.
Ricardo Araújo, um dos investigadores, disse à agência Lusa que se trata de uma descoberta importante para a comunidade científica, pela raridade dos achados.
"Estes ovos têm 150 milhões de anos, por isso são de longe os mais antigos de dinossauros carnívoros", explicou.
Com 150 milhões de anos, existiam até agora os ovos com embriões de dinossauro, descobertos na praia de Paimogo, também na Lourinhã, mas no final da década de 90 do século passado e pertencentes a dinossauros herbívoros, sendo ambos os mais antigos do mundo.
O paleontólogo do Museu da Lourinhã e da Universidade Metodista do Sul explicou à Lusa, a partir dos Estados Unidos da América, que "o registo fóssil tem apenas sete ou oito registos de ovos de dinossauro em todo o mundo e ainda são mais raros os casos de ovos com embriões", justificando assim a descoberta.
A essa importância acresce o facto de os cientistas terem conseguido determinar que os achados pertencem a um torvosauros- dinossauro terópode, bípede, carnívoro, de dentes afiados e de 10 metros de comprimento pertencente a um grupo primitivo -, o que ainda não foi possível estudar com os achados de Paimogo.
O artigo científico é ainda de autoria dos portugueses Rui Castanhinha (Instituto Gulbenkian de Ciências), Rui Martins, Octávio Mateus, Luís Alves e do belga Christophe Hendricks, todos ligados ao Museu da Lourinhã, e ainda dos alemães Félix Beckman e Norbert Schell.
A descoberta foi feita em 2005 na praia de Porto das Barcas por Verónica Duarte, voluntária do Museu da Lourinhã, e levou a equipa a estudar os achados em laboratório entre os anos de 2005 e 2009, utilizando tecnologia de ponta.
Segundo os investigadores, as cascas de ovos foram encontradas num "estado de preservação verdadeiramente excecional", tendo por isso havido condições propícias para que os embriões tivessem fossilizado.

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