sexta-feira, 31 de maio de 2013

As escutas que levaram Duarte Lima à prisão - Sociedade - Sol

As escutas que levaram Duarte Lima à prisão - Sociedade - Sol

As conversas ao telefone, no Verão de 2011, sobre a venda do seu património, foram fatais para o advogado, revelando que tinha tudo preparado para fugir, por causa do processo no Brasil.
As escutas telefónicas a Duarte Lima no processo BPN, que esta semana começou a ser julgado, demonstram por que as autoridades decidiram avançar para a sua detenção, em Novembro de 2011. O advogado tinha tudo preparado para fugir: o plano passava por retirar de Portugal a secretária Marlete Oliveira, com quem tinha uma relação amorosa, realizar capital o mais rapidamente possível e juntar-se a ela mais tarde, com um pé-de-meia que lhes permitisse viver num país onde não existissem acordos de extradição ou alguma possibilidade de ser julgado.Mas o caso BPN não era a maior dor de cabeça do ex-líder parlamentar do PSD. O homicídio de Rosalina Ribeiro, companheira do falecido milionário Tomé Feteira, em que era o principal suspeito da Polícia brasileira, foi a única razão para tentar escapar às autoridades. Contratara até um assessor de imprensa que colocava na comunicação social a sua versão. E, quando se apercebeu do cerco da Polícia e pressentiu que podia ser preso a qualquer momento, colocou o seu motorista a perseguir os carros suspeitos que rondavam a sua residência em Lisboa.
A pressa em desfazer-se dos seus bens e realizar dinheiro rapidamente tramou Duarte Lima. Depois de preso, alegou que estava a realizar capital para cumprir com o pagamento de avultados empréstimos a bancos, mas não convenceu os magistrados.
A casa na Quinta do Lago, no Algarve, que as autoridades suspeitam ter sido comprada com dinheiro desviado das contas de Rosalina Ribeiro, foi o que começou por denunciá-lo: na última metade de 2011, recorreu a agentes imobiliários para despachá-la a tempo de poder fugir.
Mas o receio de estar a ser escutado levou-o a ter cuidado ao telefone. As conversas desenvolviam-se muitas vezes de forma cifrada e inventava nomes para os intervenientes. Em Julho de 2011, a moradia da Quinta do Lago já estava à venda, mas não aparecia comprador para os 12 milhões de euros que pedia.

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