Pelo sexto ano consecutivo, cientistas responsáveis pela classificação das espécies anunciaram a sua lista das dez novas espécies de 2012. Esta inclui desde um macaco da República Democrática do Congo até um fungo que está a destruir as pinturas paleolíticas da gruta de Lascaux.
"Não sei se fique mais supreendido com as espécies descobertas todos os anos ou a profundidade da nossa ignorância sobre a biodiversidade da qual fazemos parte", afirmou Quentin Wheeler, diretor do Instituto Internacional para a Exploração das Espécies da Universidade do Arizona, o organismo é responsável pela divulgação da lista.
"Identificámos apenas cerca de dois milhões de um número estimado de 10 a 12 milhões de espécies vivas, sem contar com a maior parte do mundo micobrial", acrescentou. O anúncio da lista de dez espécies coincide com o aniversário do nascimento de Carolus Linnaeus (conhecido como Lineu, em português), responsável pelo sistema moderno de nomes científicos e classificação de espécies. Lineu nasceu a 23 de maio de 1707.
A lista de 2012 inclui uma pequena violeta ('Viola lilliputana'), cujos espécimes foram colhidos nos anos 1960 no Peru, mas só no ano passado foi devidamente identificada e classificada.
O macaco 'Cercopithecus Iomamiensis', da República Democrática do Congo, que os cientistas dizem ter os olhos parecidos aos dos humanos, era conhecido da população local, mas não da ciência. Foi a segunda nova espécie de macaco descoberta em África em 28 anos.
Uma cobra noturna que come caracóis ('Sibon noalamina'), descoberta no Panamá, que imita os anéis da venenosa cobra-coral para poder proteger-se.
O fungo 'Ochroconis anomala' é um dos reponsáveis pela degradação das gravuras paleolíticas das grutas de Lascaux, em França.
O mais pequeno vertebrado do mundo é uma pequena rã, que em adulto atinge apenas os 7,7 milimetros. Encontrada na Nova Guiné, foi batizada de 'Paedophryne amanuensis'.
O arbusto 'Eugenia petrik' foi descoberto em 2012 e entrou logo para as espécies em risco de extinção. Foi descoberto em Madagáscar.
Uma nova espécie de barata que brilha no escuro, a 'Lucihormetica luckae', foi descoberta no Equador. Mas poderá já estar extinta. É que o espécime identificado foi apanhado há 70 anos numa área afetada pela erupção do vulcão Tungurahua.
Na era das redes sociais, uma das novas espécies é uma borboleta, a 'Semachhrysa jade', identificada através de uma fotografia divulgada no Flickr. Um especialista viu a imagem e reparou que se tratava de uma nova espécie.
Finalmente, a lista concluiu com um fóssil de uma espécie de mosquito que se pendura debaixo das folhas, onde captura outros insetos. O fóssil da 'Juracimbrophlebia ginkgofolia' encontrada na China tem 165 milhões de anos.
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