segunda-feira, 13 de maio de 2013

Enfermeiros 'afastados por saberem demais' - Sociedade - Sol

Enfermeiros 'afastados por saberem demais' - Sociedade - Sol

Uma dirigente e um delegado sindical foram transferidos para um local de trabalho a mais de 30 km do Centro de Saúde onde estavam. O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, José Azevedo, não tem dúvidas de que a mobilidade foi decretada por denunciarem irregularidades.
«Vamos levar todas as provas que temos à Polícia Judiciária. E vamos avançar com uma providência cautelar para travar a mobilidade», garante José de Azevedo, explicando que «a Constituição protege os dirigentes sindicais» pelo que a mobilidade interna que foi imposta aos dois enfermeiros do Centro de Saúde de Amorim, na Póvoa do Varzim, «é ilegal».
Fernanda Silva, dirigente sindical, e Marco Ferreira, delegado sindical, foram surpreendidos na sexta-feira com um ofício da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte que lhes comunicava que se teriam de apresentar ao serviço em Barcelos esta segunda-feira.
«A enfermeira Fernanda estava há mais de 40 anos naquele serviço e o enfermeiro Marco há uns dez», sublinha José Azevedo, que não acredita que o motivo invocado pela ARS Norte, as «necessidades de recursos humanos de enfermagem» em Barcelos, seja a verdadeira razão para a transferência dos dois profissionais.
«Eles foram transferidos porque sabiam demais», afirma, peremptório o presidente do Sindicado dos Enfermeiros que já tinha compilado dezenas de documentos – entretanto entregues à Inspecção-Geral de Saúde, à ARS Norte e ao Ministério da Saúde – com provas de alegadas irregularidades detectadas no Centro de Saúde de Amorim, onde trabalhavam estes dois enfermeiros.
O Sindicato dos Enfermeiros vai agora entregar «todas as provas à Polícia Judiciária» e já agendou para esta quarta-feira uma reunião com Paulo Morais, da Associação Cívica Transparência e Integridade, que se dedica ao combate à corrupção.
José Azevedo, que detectou consultas fantasmas, emigrantes inscritos como utentes activos e «médicos que atendem os doentes do privado» no Centro de Saúde de Amorim, tem denunciado estas irregularidades, alertando para o facto de aquele centro estar em vias de passar a ser uma Unidade de Saúde Familiar (USF) – um tipo de organização que atribuiu incentivos e prémios a médicos e enfermeiros pela produtividade.
As alegadas irregularidades no Centro de Saúde de Amorim foram noticiadas pelo SOL há duas semanas. Na altura, fonte oficial da ARSA Norte garantiu que todas as situações denunciadas estavam a ser «analisadas».

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