sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Presidente da Conforlimpa foi detido por fraude fiscal | iOnline

Presidente da Conforlimpa foi detido por fraude fiscal | iOnline

Armando Cardoso estaria impedido de participar em concursos públicos e terá apresentado falsas declarações de dívida para o fazer.

A conforlimpa é o sétimo maior empregador nacional e o seu presidente, Armando Cardoso, foi detido ontem de manhã pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de fraude fiscal. O inquérito corre no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa e a PJ desenvolveu um conjunto de buscas domiciliárias e em várias empresas do grupo na zona do Ribatejo.
Segundo avançou o jornal “Sol”, Armando Cardoso acabou detido para ser submetido, em Lisboa, a um primeiro interrogatório judicial.
Com mais de duas décadas de existência, a Conforlimpa trabalha sobretudo com o sector empresarial do Estado – desde hospitais, a instituições policiais, passando por tribunais e centros de saúde. Fonte ligada à empresa contou ao i que na origem da investigação terão estado precisamente uma série de concursos públicos a que Armando Cardoso se candidatou – e venceu – sem que o pudesse fazer. O empresário, conta a mesma fonte, terá uma série de dívidas fiscais – estando, por isso, impedido de participar em concursos públicos. “No entanto, apresentava falsas declarações de dívida para poder concorrer”, explica a mesma fonte.
Salários em atraso Já no início deste ano, os trabalhadores da Conforlimpa tiveram salários em atraso. E, nos últimos meses, segundo denúncias do Sindicato dos Trabalhadores dos Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza e Domésticas (STAD), os funcionários têm recebido sempre mais tarde. “Na maioria dos meses, os salários são pagos entre os dias 10 e 15, quando os pagamentos deveriam ser feitos no último dia de cada mês”, disse ao i o presidente do sindicato. Carlos Trindade acrescenta que já foram inclusivamente apresentadas várias queixas à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
Nos últimos meses, os trabalhadores têm organizado várias concentrações e greves, em protesto contra as condições de trabalho – nomeadamente a não actualização do valor do subsídio de refeição, fixado no acordo colectivo de trabalho em pouco mais de 1,90 euros diários. No Verão do ano passado, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritório e Serviços (CESP) denunciou a existência de ordenados em atraso de funcionários do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB). Na altura, Armando Cardoso defendeu-se das acusações, dizendo à agência Lusa que os sindicatos são “verdadeiros parasitas” que “destabilizam e criam convulsão social”. O empresário de Almeirim – que está há 25 anos no sector – acrescentou que os funcionários só não tinham ainda recebido os salários por culpa do Estado, “que não paga as suas dívidas”.
A Conforlimpa, sediada em Castanheira do Ribatejo, é um dos maiores grupos empresariais na área da limpeza. Há ano e meio, devido a dificuldades financeiras, a empresa esteve prestes a acabar com o grupo de atletismo que detém. A equipa – uma das mais importantes a nível nacional em provas de maratona e que chegou a ser treinada por Carlos Lopes – somou, nos últimos 15 anos, uma série de títulos em Portugal e no estrangeiro.

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