sábado, 27 de outubro de 2012

Casas devolvidas à banca vão estar à venda em todas as mediadoras do país - Dinheiro Vivo

Casas devolvidas à banca vão estar à venda em todas as mediadoras do país - Dinheiro Vivo


As casas dos bancos, ou seja, os imóveis que são entregues por falta de pagamento por parte das famílias e dos promotores, vão passar a estar à venda nas cerca de 2900 mediadoras imobiliárias do país.

A iniciativa, que deverá arrancar até ao final do ano, está a ser promovida pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) e passa por estabelecer acordos com os bancos para que estes transfiram as suas bases de dados para as empresas.
Até agora, a APEMIP já chegou a acordo com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) que, apesar de não revelar números, é o banco que tem mais casas penhoradas nos seus portfólios imobiliários. O objetivo é, no entanto, "estar com todos os maiores bancos do país", disse Luís Lima em entrevista ao Dinheiro Vivo.
O Millennium BCP, o segundo banco com mais casas penhoradas, será outra das apostas da APEMIP, que está prestes a fechar acordo com o BES e está em negociações avançadas com o Santander.
"O meu objetivo é que os bancos deixem de usar outros meios de venda, como por exemplo os leilões,  e que se consiga estimular o mercado, fazendo que a banca e as empresas de mediação sejam parceiras e não concorrentes", diz o presidente da APEMIP.
Vantagens para os bancos e para as mediadoras
Para Luís Lima, esta iniciativa é vantajosa para as mediadoras e para os bancos que, segundo os dados da associação, só no primeiro semestre deste ano receberam mais 3300 casas por falta de pagamento, ou seja, cerca de 18 casas por dia.
"Os bancos ficam agora com a oportunidade de escoar mais depressa um produto que não faz parte do seu core business e, além disso, alargam os seus pontos de venda, com baixos custos", adiantou, explicando que as comissões oscilam entre os 3% e os 5% e, neste caso, decidiu-se que os bancos irão pagar às mediadoras uma comissão de 3% por  cada casa do seu portfólio que for vendida.
Já as mediadoras passam a ter acesso a uma carteira de imóveis mais alargada, com preços mais atrativos e financiamento garantido a 100%, que pode fazer aumentar o número de negócios das mediadoras que neste momento estão com dificuldades acrescidas porque a procura desceu muito.
De acordo com Luís Lima, para tornar esta iniciativa uma realidade, está a desenvolver-se, de raiz, um sistema informático que possibilita que as mediadoras tenham acesso às bases de dados das casas dos bancos.
Este sistema "vai entrar em testes em meados de  novembro e até ao fim do ano já deverá estar tudo a funcionar", acrescenta o presidente da APEMIP, pelo que, logo em janeiro, as 2900 mediadoras do país já estarão em condições de vender as primeiras casas dos bancos.

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