sábado, 27 de outubro de 2012

Maior campo de concentração da Coreia do Norte afinal funciona - EXPRESSO

Imagens captadas por satélite contradizem as informações de que o campo de concentração, 
onde se descobriu estarem presos milhares de opositores ao regime da Coreia do Norte,
 já não estava a funcionar.
O regime da Coreia do Norte parece manter em funcionamento o "Campo 22", onde estarão
 50 mil pessoas detidas,refere um relatório do Comité para os Direitos Humanos na Coreia do
 Norte , com base na análise de imagens captadas por satélite, recomendando uma investigação
 internacional e o "acesso imediato aos campos de concentração por um comité internacional da
 Cruz Vermelha e do Programa Alimentar Mundial".
Anteriores informações veiculadas pelos media indicavam que o "Campo 22" fora encerrado em
 junho, mas organização não governamental sediada em Washington, numa parceria com a
 DigitalGlobe (empresa fornecedora de imagens do planeta Terra em alta resolução), reuniu uma
 série de imagens do campo de concentração, registadas entre novembro de 2010 e outubro de
 2012, que indicam o contrário.
"As colheitas agrícolas prosseguem, assim como a produção de carvão, fazendo com que não seja 
ainda claro que o campo tenha sido encerrado e que as autoridades da Coreia do Norte tenham
 lentamente transferido pequenas seções de prisioneiros para fora do Campo, substituindo-as por
 forças de trabalho regulares de outros locais", refere o Comité para os Direitos Humanos na Coreia 
do Norte.

Mil guardas para 50 mil prisioneiros

Localizado no condado de Hoeryong, num vale situado entre montanhas próximo das fronteiras com
 a China e com a Rússia, a Coreia do Norte começou por negar a existência do Campo 22, o maior 
campo de concentração do país, que terá sido fundado em 1965.
Anteriores informações deram conta de que o campo, que consiste numa série de pequenas estruturas interligadas situadas numa área de cerca de 225 quilómetros quadrados, possui cerca de mil guardas
 que, com metralhadoras, controlam cerca de 50 mil pessoas, muitos dos quais opositores ao regime, mantidas em trabalhos forçados nas minas de carvão, numa fábrica de mobílias e nos campos agrícolas.
A maior parte das atividades têm lugar em duas áreas (Chungbong-dong e Haengyong-ni)
Os prisioneiros, "condenados" a prisão perpétua, não têm qualquer contato com o exterior. 
Testemunhos de antigos guardas indicaram que os prisioneiros, alguns dos quais crianças, eram 
utilizados como cobaias para experiências médicas e militares.
Apesar das imagens mostrarem que o edifício, onde eram efectuados os interrogatórios com recurso 
a tortura, tenha sido destruído, os diversos pavilhões de prisioneiros permanecem, assim como todas 
as infra-estruturas das atividades que são forçados a desempenhar.

Satélites impedem negar a existência dos campos de concentração

Calcula-se que no total a Coreia do Norte tenha 100 mil pessoas em campos de concentração, situação 
que levou a que 120 países tenham expressado, no ano passado na Assembleia Geral das Nações Unidas, extrema preocupação sobre o assunto.
Greg Scarlatoiu, diretor executivo do comité, considera contudo que mesmo que não permitam a entrada de observadores internacionais no terreno, as imagens por satélite fazem com que a Coreia do Norte já não possa continuar a esconder e distorcer "a dura e inaceitável realidade do seu sistema de campos de concentração para prisioneiros políticos".

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/maior-campo-de-concentracao-da-coreia-do-norte-afinal-funciona=f762263#ixzz2AX8mUPOe


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