Empresas de aluguer automóvel querem cobrar taxa diária de 1,5 euros para pagar portagens | iOnline

Empresas de aluguer automóvel querem cobrar taxa diária de 1,5 euros para pagar portagens | iOnline

As empresas de aluguer de veículos apresentaram ao Governo uma proposta de cobrança aos clientes de uma taxa de 1,5 euros por dia para cobrirem os custos administrativos com a gestão das portagens das antigas Scut.
A informação foi confirmada hoje à agência Lusa por Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC), garantindo tratar-se do valor "estritamente necessário" para cobrir estes custos.
"As empresas não vão ganhar dinheiro nenhum com isto, mas também não podem estar a suportar do seu próprio bolso um custo com um serviço que é das concessionárias e da Estradas de Portugal", explicou.
A proposta apresentada ao Governo pela ARAC reclama a inclusão de uma cláusula, nos contratos de aluguer, prevendo o pagamento diário de 1,5 euros para custos administrativos com os sistemas eletrónicos de cobrança de portagens, cobrindo desta forma despesas de comissionamento de cartões (taxas sobre as passagens), equipamentos eletrónicos de cobrança e sistemas informáticos de gestão.
Esta taxa visa apenas garantir a gestão administrativa, que envolve ainda funcionários das empresas, mas não inclui o valor devido pelas passagens nestas autoestradas portajadas, que continuará a cargo dos utilizadores.
"Este serviço [pagamento de portagens] não é nosso, mas representa avultados encargos para as empresas que o asseguram. A nossa proposta surge pela necessidade de garantirmos comodidade aos nossos clientes, tendo em conta o número crescente de reclamações que recebemos desde 2010", acrescentou Robalo de Almeida.
Isto, sublinha, tendo em conta as "dificuldades" sentidas sobretudo pelos turistas estrangeiros.
"Ninguém vem de férias para passar horas em filas nos CTT para pagar portagens ou então para receber, depois, as multas em casa", sublinhou ainda.
A ARAC admite que ainda esta semana deverá conhecer a proposta final do Governo sobre a matéria, que surgirá depois de publicada na sexta-feira, em Diário da República, uma portaria definindo que as empresas de aluguer de veículos vão poder "repercutir" diretamente aos clientes as taxas de portagens pela utilização das antigas SCUT.
"O valor das taxas de portagem devidas pelos clientes de empresas de aluguer de veículos sem condutor, equipados com um DECP [Dispositivo Eletrónico de Cobrança de Portagens], é cobrado por aquelas empresas aos seus clientes", lê-se na portaria publicada pela secretaria de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
Acrescenta o documento que as empresas de aluguer de veículos sem condutor "podem fazer repercutir nos valores cobrados aos seus clientes os custos em que incorram com a cobrança", estabelecendo que os valores a cobrar serão definidos por outra portaria.
O Governo reconhece ainda as "condições particulares em face da natureza específica do setor em causa", o qual, segundo a ARAC, emprega atualmente 4.500 pessoas, conta com 70.000 veículos ligeiros para aluguer e fatura anualmente 500 milhões de euros.