quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Produção de ópio no Sudeste asiático duplicou em seis anos - Mundo - PUBLICO.PT

Produção de ópio no Sudeste asiático duplicou em seis anos - Mundo - PUBLICO.PT

A produção de ópio no Sudeste asiático duplicou nos últimos seis anos, apesar dos planos dos governos para a erradicação destas culturas, revela um relatório da agência das Nações Unidas contra a droga e o crime.

O aumento da produção deve-se a um aumento da procura de heroína na China e em toda aquela região, responsável por um quarto do consumo mundial de opiáceos, segundo o documento divulgado nesta quarta-feira. Só na China, há um milhão de consumidores de heroína.

A partir de imagens de satélite e a partir de helicópteros e de informações recolhidas no terreno os investigadores concluíram que as áreas de plantação a crescerem 66% no Laos, para 6800 hectares, e 17% na Birmânia, que com os seus 51 mil hectares é o segundo maior produtor a nível mundial, depois do Afeganistão, que continua a representar 90% da produção mundial.

Segundo o relatório, em 2011 e 2012 a Birmânia produziu 690 toneladas de ópio (no ano anterior, tinham sido 610, no Laos a produção é de 41). Números que, apesar dos esforços sem precedentes do Governo, atiram o país para longe de cumprir os seus objectivos de erradicação da produção de ópio até 2014.

Com isto – e apesar de as autoridades destes dois países e da Tailândia terem garantido que tinham sido destruídos 25 mil hectares de plantações – a produção de papoilas no Sudeste Asiático aumentou para o dobro em relação a 2006.

A produção de ópio em 2012 representou, só na Birmânia e no Laos, 431 milhões de dólares (340 milhões de euros), mais um terço do que no ano anterior. Além de se estar a produzir cada vez mais, o preço do quilograma de ópio comprado ao produtor aumentou e chegou aos 1800 dólares (1400 euros) no Laos e 520 dólares (400 euros) na Birmânia.

Também o número de pessoas que vivem deste negócio está a crescer: são agora 38 mil no Laos e 300 mil na Birmânia.

Segundo as Nações Unidas, um dos factores que mais dificultam a erradicação do cultivo de ópio é a maior parte dos produtores não terem alternativas de subsistência. Cultivar arroz, por exemplo, é 19 vezes menos lucrativo do que cultivar ópio. Daí que quatro em cada dez famílias nas zonas rurais da Birmânia, Laos e Tailândia vivam do cultivo de ópio.

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