quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O Marquês já respira melhor, mas a Avenida ainda precisa de mais terapia - PÚBLICO

Alguns sinais positivos para o ambiente após 15 dias do novo esquema de circulação no principal eixo viário de Lisboa não disfarçam queixas e grandes faltas de adaptação e informação dos condutores.
Ao completarem-se, hoje, 15 dias após o início da fase experimental do novo esquema de circulação e mobilidade no Marquês de Pombal e Avenida da Liberdade, principal eixo viário de Lisboa, há indícios positivos de melhoria da situação global, mesmo que alguns dos sinais sejam mais claros que outros. Acima de tudo, respirar-se-á melhor em toda a zona - o objectivo nuclear do pacote de medidas de melhoria da qualidade do ar. Todavia, uma radical alteração de hábitos dos automobilistas e as deficientes informação e sinalização podem condicionar o sucesso do plano ou criar vícios de difícil resolução.



O grande problema sempre foi a Avenida da Liberdade, onde a concentração de poluentes há anos que vai disparando alarmes, em especial no que respeita às partículas, em parte geradas pelo tráfego automóvel e que concorrem em prejuízo do sistema respiratório. As ultrapassagens aos valores-limite (e mesmo às margens de tolerância) são sancionáveis pela legislação europeia (já transposta para o edifício jurídico português), razão pela qual Portugal foi alertado para o seu incumprimento em sede da Justiça comunitária.



Um plano de medidas foi adoptado internamente, juntando organismos estatais e do poder local para um compromisso comum na aplicação de medidas de mitigação da poluição. No caso da Avenida da Liberdade, para onde foi criada uma Zona de Emissões Reduzidas - uma daquelas medidas -, já se verificou, desde Janeiro deste ano, 59 dias em que a concentração de partículas ultrapassou o máximo de 35 excedências autorizadas em todo o ano. Todavia, aqueles valores carecem ainda de ponderação, ou não estão validados, uma vez que terão que ser considerados factores exógenos ao local das medições, que podem ir desde a ocorrência de ventos que transportem os poluentes aos efeitos de incêndios.



Porém, os dados mais recentes registados pela estação da Avenida da Liberdade, e disponibilizados diariamente na base de dados da Agência Portuguesa do Ambiente (www.qualar.org), revelam uma ligeira progressão positiva desde 16 de Setembro, dia do início do período experimental (que vigorará até Dezembro). Ainda sem ponderação ou validação científica.

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