quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mais de 170 países decidem na Índia como proteger a biodiversidade mundial - PÚBLICO


09.10.2012
Helena Geraldes

A criação de áreas marinhas protegidas e o restauro dos ecossistemas estão em cima da mesa da 11ª reunião das partes da Convenção para a Diversidade Biológica, na Índia. Até 19 de Outubro, 170 países vão decidir como pôr no terreno o Plano Estratégico para a Biodiversidade para esta década.
“A actual crise económica global não nos deve deter, antes pelo contrário, deve encorajar-nos a investir mais na melhoria do capital natural, para garantir a continuidade dos serviços dos ecossistemas, dos quais toda a vida na Terra depende”, disse nesta segunda-feira Jayanthi Natarajan, ministro indiano do Ambiente e das Florestas, na sessão de abertura da COP 11, das Nações Unidas, em Hyderabad, na Índia.

Representantes de mais de 170 países vão debater os próximos passos para concretizar o Plano Estratégico para a Biodiversidade (2011-2020) – resultante da COP anterior, em Nagoya (Japão) e que enquadra todo o trabalho conservacionista no sistema das Nações Unidas –, nomeadamente a identificação das áreas marinhas mais importantes para conservar, o restauro de 15% dos ecossistemas degradados e ainda a relação entre a biodiversidade e as alterações climáticas.

Durante a reunião será apresentada uma avaliação do estado dos oceanos – incluindo problemas como a acidez dos mares, lixo marinho, branqueamento de corais e ruído submarino - e um relatório sobre as áreas marinhas de importância para a biodiversidade.

Esta reunião surge depois da conferência de Nagoya, no Japão, há dois anos, onde os Governos adoptaram o Plano Estratégico para a Biodiversidade (2011-2020). “Na COP10 em Nagoya alcançámos resultados admiráveis, mas nada irá mudar se não forem implementados. Na COP11 acredito que podemos estar de acordo em relação às medidas necessárias”, disse Ryu Matsumoto, antigo ministro do Ambiente do Japão, que presidiu a COP10.

Um dos desafios é a crise económica. Por isso, o secretário-executivo da Convenção da ONU para a Diversidade Biológica, Braulio Ferreira de Souza Dias, apelou a uma mobilização de recursos financeiros para permitir aos países em desenvolvimento proteger a natureza. “Para o conseguir, precisamos ser criativos e envolver todos os parceiros.”

A reunião terminará a 19 de Outubro, com um segmento de alto nível, que começará a 16 de Outubro, e onde são esperados ministros e chefes de Estado. Paralelamente, nos dias de 15 a 16, será realizada uma cimeira de cidades e autoridades locais (“Cities for Life”) e no final será publicado um relatório sobre Cidades e Biodiversidade.

No dia 17, será a vez dos cidadãos mostrarem aos decisores políticos aquilo que pensam dos problemas da natureza. O projecto World Wide Views on Biodiversity, coordenado pelo Ministério do Ambiente da Dinamarca, organizou um dia de debate, a 15 de Setembro, sobre a biodiversidade que envolveu 3000 cidadãos em 25 países. Em mesas redondas foram debatidas as principais questões da actualidade e a forma como são vistas pela sociedade civil. O relatório final, que conclui que 96% dos inquiridos dizem estar preocupados com a perda da biodiversidade, será apresentado na COP11 aos decisores políticos.

Até ao momento são conhecidas para a ciência dois milhões de plantas e de animais. Todos os anos, os cientistas descobrem cerca de 15.000 novas espécies.

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