quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Governo australiano admite ter negligenciado Grande Barreira de Coral - PÚBLICO

O ministro do Ambiente australiano admitiu nesta terça-feira que, durante anos, o Governo fechou os olhos às ameaças à Grande Barreira de Coral, depois de cientistas terem alertado para o desaparecimento de metade dos corais nos últimos 27 anos.
“Penso que todos assumem as culpas por não terem feito o suficiente”, disse Tony Burke ontem à noite na televisão australiana ABC.

A Grande Barreira perdeu mais de metade da sua área de coral nos últimos 27 anos. A responsabilidade é de tempestades, da predação de uma estrela-do-mar (Acanthaster planci) e do branqueamento, segundo um estudo de cientistas do Instituto australiano de Ciências Marinhas publicado (AIMS, sigla em inglês) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

“Em termos de escala geográfica e dimensão do declínio, o que se está a passar na Grande Barreira de Coral não tem precedentes no mundo”, disse à agência Reuters John Gunn, o director do AIMS, com sede na cidade de Townsville.

Agora, Tony Burke considera que as conclusões do estudo são uma prova de que os recifes têm sido negligenciados durante décadas. “Precisamos todos de nos concentrar para resolver o problema. A nível de Governo federal, começámos a salvar os recifes há cinco anos”, disse à televisão.

As autoridades estão a tentar controlar as estrelas-do-mar daquela espécie, que se alimentam dos nutrientes dos corais. Apesar de serem nativas da região podem dizimar os recifes quando as suas populações aumentam descontroladamente. “De momento há mergulhadores que injectam uma proteína nas estrelas-do-mar para as matar. Até agora esta é a maneira mais eficaz que encontrámos para travar o avanço das populações desta espécie”, disse o ministro.

Para Tony Burke, o estudo dos investigadores do AIMS fez soar um alarme e adiantou estar a ponderar aumentar o financiamento à protecção da Grande Barreira de Coral.

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