A directora-geral do FMI, a francesa Christine Lagarde, pediu aos Estados que ponham uma travão às medidas de austeridade, dando sinais de que a sua instituição está ficar cada vez mais preocupada com o impacto dos cortes governamentais sobre o crescimento.
Lagarde advertiu contra a prioridade aos cortes na despesa e aumentos de impostos: “Por vezes é melhor ter um pouco mais de tempo”, disse durante as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, em Tóquio, citada no Financial Times de hoje.
Neste contexto, admitiu também que a Grécia vai precisar de mais dois anos para cumprir o programa de saneamento das finanças públicas e equilibrar o défice, em linha com as exigências dos credores internacionais.
O FMI já dissera antes que havia bons argumentos para dar mais tempo à Grécia, mas esta foi a primeira vez que Lagarde disse concordar com o prolongamento de prazos que tem vindo a ser pedido pelo Governo do primeiro-ministro grego, Antonio Samaras.
No início da semana, o Fundo alertou para que os governos têm subestimado sistematicamente os efeitos recessivos da austeridade. Assim, Lagarde diz agora que, dada a reavaliação do impacto da austeridade no produto, já não é sustentável para os governos europeus agarrarem-se às metas do défice orçamental de o crescimento for decepcionante.
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