sábado, 6 de outubro de 2012

Conselho de Ministros de alta tensão. Não há amigos de Gaspar | iOnline

Conselho de Ministros de alta tensão. Não há amigos de Gaspar | iOnline

Ministros juntam-se pela terceira vez para discutir o Orçamento. Portas quer mais cortes na despesa e não deverá estar sozinho.

O governo volta este domingo a reunir-se para – pela terceira vez – discutir o Orçamento do Estado para 2013. Uma reunião que promete decorrer num ambiente de alta tensão, com Paulo Portas a levar para o encontro dos membros do executivo a exigência que já fez publicamente na última quinta-feira, no parlamento: o CDS quer mais cortes na despesa e menos sobrecarga fiscal sobre os contribuintes.
De acordo com fontes centristas, o partido quer que esta discussão decorra no seio do governo, por forma a que o Orçamento do Estado (OE) que der entrada na Assembleia da República a 15 de Outubro contemple já cortes expressivos na despesa, em contraponto a algum alívio fiscal face às medidas anunciadas por Vítor Gaspar. E, a mostrar que o CDS não admite sair deste processo de mãos vazias, os democratas-cristãos fazem questão de sublinhar que o próprio primeiro-ministro já deu mostras de abertura nesse sentido.
Isto sem prejuízo de o parceiro minoritário da coligação vir também a apresentar propostas no parlamento de alteração ao OE para 2013.
Mas Paulo Portas não deverá ser a única voz no Conselho de Ministros a criticar o caminho traçado pelo ministro das Finanças. Tal como já sucedeu com o anúncio da subida da TSU – o jornal “Público” noticiou então que ministros como Miguel Macedo ou Paula Teixeira da Cruz fizeram chegar ao primeiro-ministro o seu desagrado com a medida – o aumento da carga fiscal está longe de ser pacífico nas hostes sociais-democratas. E Vítor Gaspar não deverá ser o único alvo da reunião do Conselho de Ministros. “Numa altura destas, onde anda o ministro da Economia?”, questiona fonte da maioria, criticando o apagamento “total” de Santos Pereira.
Um “bom clima” na maioria Depois do anúncio de um “enorme aumento de impostos” ter lançado a coligação numa nova crise, os dois parceiros de governo tentaram ontem passar uma imagem de alguma normalidade. Presente na ilha de Malta para participar na Cimeira “5+5”, Paulo Portas respondeu com um conciso “claro” quando questionado pelos jornalistas sobre se a coligação tem futuro. Além do ministro dos Negócios Estrangeiros, também Pedro Passos Coelho chegou ontem a Malta.
Em Lisboa, o primeiro vice- -presidente dos sociais-democratas, Jorge Moreira da Silva, defendeu, após a cerimónia de comemoração do 5 de Outubro, que “há muito ruído” em torno da coligação, referindo que aquilo que o CDS lhe tem transmitido “oficial e formalmente” é “total solidariedade” e “comprometimento” com as opções do executivo.
Também o líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, referiu que existe um bom clima de trabalho na maioria, sublinhando que a estabilidade é importante para vencer as dificuldades. “Face às circunstâncias muito difíceis em que o país se encontra, a estabilidade política é um valor importante. Há um bom clima entre a maioria e o governo na preparação do Orçamento do Estado”, assegurou o deputado centrista em declarações à agência Lusa.

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