sábado, 6 de outubro de 2012

Ferreira do Amaral: Medidas orçamentais vão levar a mais austeridade - JORNAL DE NEGÓCIOS

O economista João Ferreira do Amaral considerou que as medidas anunciadas pelo Governo vão provocar "uma quebra adicional muito drástica da procura interna" e, consequentemente, "impedir o Estado de cumprir os objectivos orçamentais do próximo ano".
"Este Orçamento, que ainda não conhecemos, pelo que foi anunciado vai significar uma quebra adicional muito drástica da procura interna, isso vai impedir o Estado de cumprir os seus objectivos orçamentais para o próximo ano, vai impor nova austeridade, o desemprego vai aumentar para muito mais dos 16,4 por cento que o Governo anuncia e a recessão vai ser muito mais profunda", afirmou o professor catedrático do ISEG.

Ferreira do Amaral falava durante o primeiro painel temático do Congresso das Alternativas, "Desafios da denúncia do memorando da troika".

"O próximo ano vai ser um ano de rupturas importantes a nível económico e social", resumiu.

O economista considerou que Portugal segue "um caminho sem futuro do ponto de vista económico, social, e de retrocesso que pode ter consequências ainda mais graves" e insistiu na sua posição de que "não é possível denunciar o acordo da troika numa situação de manutenção no euro".

Esta saída do euro, defendeu, deve "ser feita de forma adequada" e "em negociação com as instituições europeias", onde Portugal pode encontrar alguns "bons apoios" para esta solução, afirmou João Ferreira do Amaral.

Para o economista, o problema fundamental vem desde 1992, quando no Tratado de Maastricht, o Estado se colocou "ele próprio nas mãos dos mercados financeiros", ao permitir que o Banco Central Europeu deixasse "de poder financiar os estados-membros".

"A meu ver este foi um retrocesso civilizacional tremendo", disse.
 
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