quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CGD vende casas para arrendamento com inquilino já incluído - Economia - PUBLICO.PT

CGD vende casas para arrendamento com inquilino já incluído - Economia - PUBLICO.PT

Banco público aposta na venda a investidores estrangeiros e a luso-descendentes. APEMIP congratula-se com esforço da CGD na aposta no arrendamento.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) iniciou uma nova modalidade de venda de imóveis, destinada a investidores nacionais, luso-descendentes e estrangeiros que queiram apostar no mercado de arrendamento. A par desta iniciativa, que pode ser designada de oferta de imóveis com rendimento garantido, a CGD acaba de lançar uma campanha de isenção de custas, incluindo fiscais, na compra de imóveis para habitação própria, desde que sejam propriedade da instituição.

A oferta de imóveis para arrendamento, já com o inquilino incluído, está reunida num novo site que a CGD lançou ontem e que arrancou com um universo de 35 imóveis, número que será reforçado brevemente, podendo chegar a várias centenas, disse ao PÚBLICO Paulo Sousa, da Direcção de Financiamento Imobiliário da CGD. O responsável explicou que a oferta de imóveis com rendimento garantido arranca com casas residenciais, mas será alargada, numa segunda fase, a imóveis comerciais, também com contrato de arrendamento assegurado.

Paulo Sousa explicou que a estratégia de venda de casas com contrato de arrendamento visa responder a uma nova necessidade do mercado, "a do investimento no imobiliário para rendimento". Dentro desta lógica, o banco está ainda a apostar na venda de imóveis a investidores estrangeiros e luso-descendentes.

O responsável pela área imobiliária da CGD defende que "Portugal precisa de captar investimento estrangeiro" nesta área e mostra-se optimista em relação à "capacidade do país de vender imóveis no estrangeiro". Neste momento, existirão entre 350 e 400 mil imóveis para venda no mercado nacional. O número de imóveis detidos pelos bancos por incumprimento das famílias não é conhecido, mas ascenderá a uns largos milhares.

A CGD, que não revela o número de imóveis que tem na sua posse, tem apostado no mercado de arrendamento através de um fundo específico, o FIIAH-Fundo de Investimento Imobiliário para Arrendamento Habitacional, e da venda a estrangeiros e luso-descendentes.

Ainda recentemente, a CGD esteve presente no primeiro Salão Imobiliário Português realizado em Paris e Paulo Sousa disse ao PÚBLICO, sem revelar números, que "os resultados foram muito positivos". Explicou que para isso contribuiu "o trabalho de casa" realizado pela rede de balcões da CGD em França, contactando os seus próprios clientes. O salão, onde também esteve presente o BES, com o mesmo propósito, já tem reedição marcada para o próximo ano.

Caixa suporta custos

A outra campanha, "compre casa na Caixa e os custos ficam por nossa conta", arranca, numa primeira fase, para os 1499 imóveis que o banco está a promover no SIL-Salão Imobiliário de Lisboa, que começou ontem e de que a instituição é patrocinadora oficial. A oferta de custos não abrange um conjunto de leilões de imóveis que a CGD vai realizar no SIL.

Dentro de 15 dias, a campanha, que durará até 31 de Março, será alargada a um universo de 828 imóveis, propriedade da Caixa, e apenas para os que serão assinalados.

A oferta inclui custos fiscais como o IMT (imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis), imposto de selo (escritura e financiamento), preparação de minuta e serviços de casa pronta. Inclui ainda um conjunto de comissões, como a de estudo e avaliação.

Em declarações ao PÚBLICO, o presidente da APEMIP, Luís Lima, congratula-se com as iniciativas da Caixa, considerando positivo o esforço que o banco público tem feito para colocar muitos dos seus imóveis no mercado de arrendamento, bem como o de venda a investidores estrangeiros. Mesmo a oferta de condições especiais, como a campanha de suporte de custos, é bem-vinda. O que preocupa o presidente da associação de mediadores imobiliários é a estratégia que tem vindo a ser seguida por outros bancos, como promoções de leilões com grandes descontos e anúncios de vendas "low-cost" que contribuem para uma desvalorização acentuada dos imóveis que, diz, não favorece ninguém, incluindo a própria banca.

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