O turismo português está a ter um dos melhores verões desde que começou a crise, em grande parte devido ao aumento de estrangeiros no Algarve e em Lisboa. A instabilidade política no Norte de África e os preços baixos explicam.
“Este verão tem sido um dos melhores desde 2008, em termos de ocupação. Estamos a falar de dormidas e entradas de estrangeiros, com os ingleses, irlandeses ou holandeses a compensar a quebra de turistas portugueses e espanhóis”, revelou ao DN/Dinheiro Vivo, a presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), Adília Lisboa.
O Algarve está a correr particularmente bem. Dados da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) mostram que a taxa de ocupação média por quarto na região cresceu para 81,6% em julho, contra 78,7% do mesmo mês de 2012.
Mas há outras regiões a contribuir para estaa melhoria . “Lisboa está com um óptimo comportamento e o Norte tem registado bons indicadores”, refere Adília Lisboa, sem conseguir, contudo, disponibilizar números, mas lembrando que estes desempenhos vêm já de meses anteriores. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em maio registaram-se 788,2 mil dormidas de não residentes em Lisboa, mais 15,5% que no período homólogo, e no Norte o mesmo indicador subiu 25,7% para 270 mil. No total, foram três milhões de dormidas de estrangeiros, mais 15,5%. E nos primeiros cinco meses, o balanço é de mais 4,3% para 13,3 milhões dormidas.
O problema é que, diz o presidente da AHETA e vice-presidente da CTP, Elidérico Viegas, “o aumento das receitas não é proporcional ao aumento da ocupação”. De acordo com este responsável, as empresas têm uma maior carga fiscal agora, com o aumento do IVA e também das taxas camarárias, que “só no Algarve chegaram a subir 300% em alguns locais”. Mas não têm mais receitas porque os preços estão mais baixos.
É por isso que, mesmo perante a subida das taxas de ocupação em todas as regiões - que até se assemelham às de 2007, ou seja, um dos melhores anos do turismo português - o sector está cauteloso. “Para quem anda a patinar há quatro anos, os números são animadores, mas estamos longe do melhor ano de sempre”, reparou Elidérico Viegas.
E acrescenta: “No Algarve, aocupação anual dos últimos quatro anos rondou os 50% e este ano devemos crescer 5%, mas só a partir dos 65% é que podemos aumentar os preços”.
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