quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Nuclear. Irão instalou mil novas centrifugadoras | iOnline

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AIEA fala em 1008 novas centrifugadoras de enriquecimento de urânio e anuncia regresso à mesa de negociações a 27 de Setembro

O último relatório trimestral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), a que a Reuters teve ontem acesso, fala em mais de mil novas centrifugadoras avançadas para enriquecimento de urânio instaladas pelo Irão nos últimos meses e que serão testadas em breve.
O primeiro relatório sobre a actividade nuclear do Irão desde a eleição do novo presidente, Hassan Rouhani, em Junho, veio acompanhado do anúncio de que as negociações com o país vão ser retomadas já a 27 de Setembro.
A agência da ONU para o nuclear pretende negociar um acordo com o Irão que permita mais acesso às instalações de enriquecimento de urânio, que o regime iraniano assegura servir apenas para fins energéticos e médicos, mas que o Ocidente teme que estejam a ser usadas para criar armas nucleares.
A AIEA quer ainda mais contacto com indivíduos envolvidos no programa nuclear e acesso a documentos para analisar todos os pontos relevantes citados num relatório de Novembro de 2011, onde é sublinhado que existem "elementos credíveis e indicativos" de que o Irão desenvolveu este tipo de armamento antes de 2003 e "provavelmente depois" dessa data.
No relatório, a agência de supervisão nuclear diz que, em contrapartida, as reservas nucleares "mais delicadas" do Irão cresceram pouco em comparação com os dados do relatório de Maio, mantendo-se abaixo da "linha vermelha" apontada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que a ser ultrapassada conduzirá a respostas militares por parte de Israel.
Segundo a equipa da AIEA que redigiu o documento, desde Maio o Irão instalou 1008 centrifugadoras de nova geração no complexo subterrâneo de Natanz, acumulando desde essa altura 186 quilos de urânio refinado a 20%, ainda longe dos 250 quilos que os especialistas dizem ser necessários para desenvolver uma bomba atómica.
O documento surge dois meses depois de Rouhani ter sucedido a Mahmoud Ahmadinejad ao vencer as eleições presidenciais, o que trouxe ao Ocidente expectativas de mais transparência quanto ao programa nuclear pelo facto de o novo presidente ser considerado mais moderado e ter mostrado mais abertura a negociar com o Ocidente.
Enviados da AIEA ao país alertam, contudo, que este relatório apenas cita números quase todos anteriores à tomada de posse do novo presidente. O regresso à mesa de negociações no próximo mês será o primeiro teste a Rouhani ao nível das relações internacionais, depois de dez rondas de conversações falhadas desde o início de 2012.
A reunião de 27 de Setembro, é ainda referido no documento, pretende alcançar a cooperação iraniana para com o inquérito da AIEA às "possíveis dimensões militares" do programa nuclear do país.

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