segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Passos reconhece ano "verdadeiramente terrível" - Dinheiro Vivo

Passos reconhece ano "verdadeiramente terrível" - Dinheiro Vivo

O primeiro-ministro classificou o último ano como "verdadeiramente terrível", considerando que neste "ano novo" não existirão maiores dificuldades do que aquelas que aconteceram.
"Foi um ano verdadeiramente terrível", desabafou o primeiro-ministro, no discurso na festa social-democrata do Pontal, na sexta-feira à noite, no calçadão de Quarteira.
Recordando as negociações constantes com a 'troika' dos últimos dois anos e outros "imprevistos", o chefe do executivo utilizou um ditado popular para classificar as dificuldades que passou.
"Quem, como se costuma dizer, comeu o pão que o diabo amassou, teve de refazer quantas vezes as contas de maneira a conseguir chegar ao mesmo objetivo, imprevistos aconteceram, quando decisões nos obrigaram a ir noutro sentido, e eu passei por tudo isso, muito dos que aqui estão passaram por tudo isso, os portugueses passaram por tudo isso", afirmou.
"Quando olhamos para trás, há duas coisas que me apetece dizer neste ano novo que começa: mais dificuldades do que aquelas que tivemos com certeza que já não vamos ter, a segunda é que nunca estivemos tão próximos de chegar ao nosso objetivo, concluir o programa de assistência financeira, resgatar a nossa autonomia", disse.
Garantindo que o que está a ser feito "não é para ganhar próximas eleições" e que "não é possível fazer outro caminho", o primeiro-ministro reconheceu que, apesar de tudo, "o caminho também não é isento de riscos" e que Portugal ainda enfrenta "riscos significativos".
Passos Coelho apontou três riscos essenciais: os riscos de natureza constitucional, os riscos de natureza financeira e os riscos sociais.
"Quando se tem pouco, cada bocadinho a menos que se gaste tem consequências, ora é muito importante manter atenção permanente aos mais desprotegidos", sustentou, alertando, contudo, que há que adequar as escolhas aos meios que existem e ser-se realista.
No entanto, afirmou, há que acautelar o risco de não chegar àqueles que mais precisam, pois se essa situação se concretizar é a coesão social que estará em causa.
Já depois de falar na necessidade de todo o Governo estar "comprometido" com as medidas tomadas, o primeiro-ministro assegurou que todo o trabalho até agora realizado não será posto em causa.
"Hoje temos a certeza de que não há ninguém no seio da maioria que não tenha o esclarecimento cabal das consequências de que teria para o nosso país qualquer crise política", assegurou.
Porém, acrescentou, o futuro depende de todos e não apenas do Governo e dos partidos que o compõem.
Dirigindo-se a todos os portugueses, a todos os partidos e mesmo àqueles que escolhem as manifestações como forma de expressar o seu desagrado político, Passos Coelho pediu uma união verdadeira, ao mesmo tempo que escutava alguns assobios vindos da parte de fora da zona vedada da Festa do Pontal.

"Porque não nos unimos verdadeiramente para vencer adversidades?", sugeriu, pedindo para que se deixe para "a altura própria", ou seja as eleições, os julgamentos.

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