quinta-feira, 16 de maio de 2013

Economia cai há um ano e meio seguido e não há melhoras à vista | iOnline

Economia cai há um ano e meio seguido e não há melhoras à vista | iOnline


Desde o primeiro trimestre de 2011 que o produto interno bruto está em queda, o maior período de recessão desde 2003
Para já é apenas uma estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística. O PIB português caiu 0,3% no primeiro trimestre deste ano em relação ao último trimestre de 2012 e 3,9% em relação ao período homólogo de 2012. A recessão, que já dura há nove trimestres, fez cair a economia 7,3% do PIB desde o primeiro trimestre de 2011. Para os portugueses é a tal espiral recessiva que alguns políticos entendem que ainda não chegou. No final do ano, de acordo com as previsões do governo e da troika, o PIB deve cair 2,3%. Mas as medidas de austeridade que vão ser inscritas no Orçamento Rectificativo devem agravar este cenário e Portugal pode fechar o ano com um valor muito próximo dos 3%.

Perante este cenário, muitos analistas duvidam que em 2014 a economia nacional possa crescer 0,6%, como prevê o governo no Documento de Estratégia Orçamental enviado recentemente para Bruxelas. Para agravar a situação, estas estimativas não têm em conta o pacote de cortes de 4800 milhões de euros que o governo pretende pôr em prática já no Orçamento para 2014. Nuvens negras que não atingem apenas Portugal. A zona euro e a União Europeia estão igualmente em recessão e mesmo a Alemanha, a maior economia da Europa, registou no primeiro trimestre um crescimento anémico de 0,1%, depois de ter registado uma queda de 0,6% no último trimestre de 2012.

O Instituto Nacional de Estatística, que no dia 5 de Junho apresentará os números definitivos do PIB do primeiro trimestre, aponta como causas principais da queda do produto o consumo privado e o investimento, com destaque especial para o sector da construção civil. Nada de novo num país em que os cortes salariais, tanto no sector público como no privado, têm sido significativos, os pensionistas, cerca de 3 milhões e meio de pessoas, sofreram perdas significativas no valor das reformas e o desemprego oficial já atinge mais de 950 mil portugueses. E se o consumo público  e privado está em queda acentuada e assim continuará com as medidas de austeridade em curso e as já anunciadas, o único motor da economia nacional, as exportações, está claramente a gripar com os melhores clientes de Portugal em recessão. É o caso da Espanha, que viu a sua economia cair 0,5% no primeiro trimestre deste ano, depois de ter fechado 2012 com uma queda do PIB de 0,8%.
Tudo más notícias para Portugal e para a Europa, que não consegue acertar o passo em matéria de emprego e de crescimento. Um ano depois da chegada de François Hollande ao poder, com muitas promessas de combater a política de austeridade e de incluir o crescimento na agenda europeia, a França (ver peça ao lado) entrou em recessão técnica com a queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre deste ano, uma ligeira melhoria em relação ao último trimestre de 2012, em que a economia sofreu uma queda de 0,3%.

Em Portugal, entretanto, nem o plano recentemente apresentado pelo ministro da Economia  para o crescimento, com um horizonte temporal até 2020, tem impacto a curto e médio prazo. Por uma razão simples. As principais medidas, nomeadamente os benefícios fiscais para empresas que invistam parte dos lucros e a reforma do IRC, são miragens que esbarram invariavelmente nas Finanças de Vítor Gaspar. 

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