sábado, 27 de outubro de 2012

Portas chama PS para reduzir 4 mil milhões de despesa | iOnline

Portas chama PS para reduzir 4 mil milhões de despesa | iOnline

Sexta avaliação da troika em Novembro vai concentrar-se na redução de despesa. Portas quer participação do PS para exame ser um sucesso.

O ministro dos Negócios Estrangeiros lançou ontem um repto ao PS: que participe activamente com o governo no próximo exame regular da troika, já que para ultrapassar mais esta etapa Portugal precisa de ter um plano de redução da despesa estrutural de 4 mil milhões de euros. “Só uma redução estrutural da despesa dispensa o nosso país de medidas extraordinárias”, disse ontem Paulo Portas no discurso de abertura das jornadas parlamentares conjuntas PSD/CDS.
Portas falou durante mais de 40 minutos e dramatizou o discurso do executivo lembrando que estes cortes na despesa vão implicar alterações profundas na estrutura do Estado e no modo como os portugueses o vêem: “É um modo de vida, é um contrato de sociedade, é um paradigma social que nós temos de saber trabalhar com o máximo de competência, com o máximo de justiça que formos capazes.” E para esse trabalho Portas chamou sobretudo o PS: “Este exercício – com muita dificuldade – deve convocar os partidos e as instituições sem prejuízo da sua identidade própria, no arco da governabilidade, para se fazer um esforço especial de consenso e de coesão.” Não relacionou o empenho do PS com o sucesso da aprovação da avaliação, mas considerou-o desejável: “Porque ultrapassar um exame sobre despesa estrutural, conseguindo fazê-lo de forma bem-sucedida, beneficiará não só o país como um todo como os governos das próximas décadas.”
Entre o sexto exame e o sétimo, Portugal terá de apresentar um plano para cortar no Estado 4 mil milhões de euros. “Não há medida fáceis”, lembrou o responsável pela missão, Abebe Selassie. E entre as principais áreas de corte vão estar sobretudo a administração pública de maneira geral e as forças de segurança e defesa.
Portas foi o primeiro-ministro a estar presente nas jornadas que se realizaram ontem e vão continuar hoje durante todo o dia no parlamento. E começou a delinear a estratégia dos próximos tempos para a maioria: mostrar a união entre os dois partidos e chamar o PS à responsabilidade. Num recado indirecto, Portas pediu que se tenha cuidado com a “beligerância populista relativamente aos credores”, que “não resolve os nossos problemas, pelo contrário, agrava-os, como da importância de sermos proactivos quer política quer tecnicamente nessa avaliação”.
Pelo contrário, Portas defende que deve seguir-se o caminho do diálogo e para isso lembrou que foram “importantes e amigas” as palavras de Christine Lagarde, que nas últimas semanas defendeu uma suavização da austeridade. Portas disse que era preciso “valorizar” estas palavras. Uma ideia diferente do que foi defendido quer por Passos Coelho quer por Vítor Gaspar, que têm referido que o que a directora-geral do FMI disse foi o que já aconteceu em Portugal durante a quinta avaliação da troika com a flexibilização das metas do défice.









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