sábado, 20 de outubro de 2012

Magalhães volta às escolas sem dinheiro do Estado - Dinheiro Vivo

Magalhães volta às escolas sem dinheiro do Estado - Dinheiro Vivo

Com o fim dos programas governamentais de distribuição de portáteis nas escolas, a norte-americana Intel e a portuguesa JP Inspiring Knowledge estão a negociar um "e-escolas" privado. As duas empresas responsáveis pelo computador Magalhães querem impedir a dissolução das infraestruturas e condições criadas pelo e-escolas e e-escolinhas do anterior governo.
"Neste momento, a JP Inspiring Knowledge está a preparar, em colaboração com a Intel, um estudo de viabilidade de um programa escolar semelhante a programas anteriores, mas com base na iniciativa privada - ou seja, sem que isso constitua um ónus para o Ministério da Educação", avançou ao Dinheiro Vivo o presidente do Conselho de Administração da JP, Jorge Sá Couto.
"Estão a ser tomadas medidas para retomar o projeto educativo em Portugal", confirma Norberto Carrascal, diretor da Intel Iberia. "Portugal é uma referência mundial e todo o esforço que foi feito não deve cair", explica, em entrevista telefónica, garantindo que a Intel está a negociar "com todas as partes."
Por parte do governo, no entanto, o fim dos programas é definitivo. "O governo deixou bem claro as suas prioridades", explicita Norberto Carrascal. Assim que chegou ao governo, o executivo de Passos Coelho cancelou o programa de distribuição de computadores com baixo preço nas escolas e não tem abertura para tomar iniciativas semelhantes. O que não impediu o primeiro-ministro de promover o computador Magalhães em encontros bilaterais que manteve no ano passado, numa visita ao México.
A Intel, que investiu muito na parceria com a então JP Sá Couto, tem estado atenta ao sector educativo em Portugal, nomeadamente através da Intel Capital. "Estamos a avaliar oportunidades de investimento", garante o responsável, adiantando que a Intel Capital fez mais investimentos em Portugal que em Espanha. "Há muitas tecnologias nas quais estamos a investir em Portugal, na área da educação", reiterou.
No ano passado, quando o programa foi suspenso, a polémica Fundação para as comunicações móveis devia mais de 65 milhões de euros às operadoras, que forneceram as placas de banda larga a preços mais baixos nos portáteis subsidiados. Se o programa for recuperado, é possível que a Intel e a JP encontrem outra estratégia de informatização de baixo custo.
"A JP é um dos nossos melhores parceiros. Temos vários projetos conjuntos em vinte países, inclusive um para a ONU", adianta Norberto Carrascal.
Entretanto, a JP continuou o de-senvolvimento do computador Magalhães, desenhado em parceria com a Prológica e Intel em 2008. Já em julho deste ano, a empresa apresentou a versão tablet MGT1. Adicionalmente, Jorge Sá Couto explica que a marca fez estudos para "avaliar os custos totais de projetos tendentes a utilizar tecnologias de informação, comunicação e tecnologias científicas no ensino". Estão também a "testar novos modelos de introdução de tecnologias" em seis escolas, com a autorização do Ministério da Educação, e a empresa lançou um programa de formação de professores no âmbito das soluções educativas pelas tecnologias.

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