terça-feira, 23 de outubro de 2012

Banco de Portugal investe mais de 40 milhões em obras na sede | iOnline

Banco de Portugal investe mais de 40 milhões em obras na sede | iOnline

Na antiga Igreja de São Julião vai ser inaugurado o Museu do Dinheiro no segundo semestre de 2013.

O Banco de Portugal apresentou ontem a obra de reabilitação e restauro do edifício sede, situado na Baixa pombalina em Lisboa, onde foram investidos mais de 40 milhões de euros. Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, fez questão de salientar que “não é uma despesa, é um investimento”.
Além do edifício, as obras abrangeram a recuperação da antiga Igreja de São Julião, adquirida pelo Banco de Portugal em 1933, onde será inaugurado, no segundo semestre do próximo ano, o Museu do Dinheiro. “Este espaço, mais do que o futuro museu, será um espaço de promoção de literacia financeira e um espaço cultural para organização de eventos como exposições temporárias ou concertos”, explicou o governador na cerimónia de apresentação.
A antiga igreja funcionou como garagem, mas sobretudo como caixa-forte, onde estiveram guardados os cofres do Banco de Portugal. “Mais do que contemplativo, o museu será um espaço interactivo, com a evolução do dinheiro desde o seu aparecimento até à actualidade”, revelou Abreu Nunes, director do museu. Os visitantes irão encontrar na entrada do museu um exemplar de um cofre--forte do início do século xx, que serviu para guardar as reservas de ouro do país.
A sede do Banco de Portugal abrange todo um quarteirão e resultou da progressiva integração de um conjunto de oito edifícios e da antiga igreja. A decisão para a reabilitação e a recuperação estrutural do edifício sede foi tomada em 2007 pelo antigo governador Vítor Constâncio. O actual conselho de administração e alguns serviços de apoio, no total de cerca de 180 funcionários, já estão instalados no edifício desde o início de Outubro.
O projecto de arquitectura esteve a cargo dos arquitectos Gonçalo Byrne e Falcão de Campos. A adjudicação da empreitada geral das obras foi feita por ajuste directo. A escolha deste mecanismo é justificada com o facto de as instalações se destinarem a actividades de um banco central, guarda de valores e apoio de distribuição de numerário pelo sistema bancário. Assim, foram convidadas nove empresas a participar e a escolha baseou-se no critério do mais baixo preço. A HCI Construções foi a vencedora.
Entre os números que caracterizam a obra na sede destacam-se mais de 300 exumações, um vasto espólio de cerâmica, 900 dias de restauro, mais de 2 mil trabalhadores e 130 empresas contratadas. Durante a intervenção foram descobertos cerca de 40 metros da Muralha de D. Dinis, do século xiii, construída para proteger a cidade dos ataques de corsários e que está agora a ser conservada.
“É um investimento da maior importância do reforço do centro financeiro da Baixa Chiado”, salientou António Costa, presidente da Câmara de Lisboa.

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