quinta-feira, 4 de outubro de 2012

"Se reduzíssemos o número de postos, os preços dos combustíveis eram mais baixos" - DINHEIRO VIVO


O presidente da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO), António Comprido, considera que há bombas de gasolina a mais em Portugal e que é isso que está a encarecer os preços dos combustíveis antes de impostos e, consequentemente, os seus preços finais de venda ao consumidor.

"Existem cerca de 2.700 postos de combustível em Portugal e nos últimos três anos tivemos perdas acumuladas no consumo de cerca de 20% e a rede não acompanhou essa quebra", disse António Comprido num encontro informal com jornalistas esta manhã, defendendo que "se reduzíssemos o número de postos para metade conseguíamos preços mais baixos". 
A lógica é simples, diz o presidente da APETRO:  "Quantos mais postos existem menos vendas se fazem por posto, o que faz aumentar os custos de operação, porque não há economia de escala, e consequentemente faz aumentar os preços antes de impostos".
António Comprido apoiava-se numa análise de dados compilados pela APETRO que mostra que os países com preços dos combustíveis antes dos impostos mais altos são os que têm mais postos e vendas médias por posto mais baixas.
De acordo com os dados compilados pela APETRO junto das suas congéneres, em média, vendem-se por ano, em Portugal, 2,1 milhões de litros de combustíveis por posto, um valor que está abaixo da média europeia de vendas de cerca de 2,5 milhões de litros por ano.
Já os preços antes de impostos rondaram, em 2011, os 0,71 cêntimos por litro (média gasolina e gasóleo), neste caso acima da média europeia que foi nesse ano de 0,68 cêntimos por litro.
Diz a APETRO que esta situação se verifica igualmente em países como a Itália, onde as vendas médias por posto estão abaixo dos dois milhões de litros anuais e onde os preços antes de impostos é 0,72 cêntimos por litro, acima da média europeia e até acima dos preços praticados em Portugal.
Por oposição, em França, as vendas médias por posto rondam os 2,6 milhões de litros (acima da média europeia), e os preços antes de impostos estavam nos 0,66 euros por litro (abaixo da média europeia).
António Comprido repara ainda que o abastecimento médio em Portugal é "hoje inferior a 20 litros" o que penaliza ainda mais as bombas de gasolina. "Em França, por exemplo, por cada vez que se vai à bomba abastece-se com 40 litros", adianta.

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