O eurodeputado Paulo Rangel defendeu hoje que Portugal pode fazer mais do que tem feito na Europa para suavizar as condições do programa de ajustamento e que esse papel pode ser desempenhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.
Rangel falava aos jornalistas à margem do conselho nacional do PSD, que decorre em Lisboa. “Temos de jogar em dois tabuleiros. Estar totalmente disponíveis para cumprir e, em segundo lugar, trabalhar em paralelo para conseguir melhores condições e outros pressupostos que possam aliviar [o programa de ajuda financeira]”, afirmou apontando que o ministro dos Negócios Estrangeiros é um das pessoas a quem cabe esse papel. “Paulo Portas devia falar mais sobre a Europa” afirmou Rangel, deixando ainda uma crítica ao CDS-PP.
O conselheiro nacional social-democrata considera que haver divergências na coligação do Governo “é normal”, mas o CDS-PP “devia resolver as questões mais rapidamente”.
Os centristas têm sublinhado a necessidade de repensar os programas de ajustamento a nível europeu depois da posição assumida pela directora-geral do FMI, Christine Lagarde, e pelos estudos que têm vindo a público sobre o impacto da austeridade da economia.
“Queremos ver-nos livres da troika”
Em declarações ao jornalistas à entrada para o conselho, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, sublinhou a necessidade de Portugal recuperar a “respeitabilidade” internacional. “Queremos ver-nos livres da troika o mais depressa possível. E não queremos reencontrar-nos com ela”.
Sobre as divergências dos partidos da coligação, Montenegro afirmou que o “CDS-PP não é central”. Já o antigo deputado do PSD e conselheiro nacional Luís Rodrigues disse que o “PSD tem de recuperar a sua autoridade como principal partido da coligação”.
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