quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O que têm em comum a China, os Emirados Árabes e Portugal? - Dinheiro Vivo

O que têm em comum a China, os Emirados Árabes e Portugal? - Dinheiro Vivo

A internacionalização dos negócios é uma necessidade imperiosa nos dias que correm, Os empreendedores buscam nova oportunidade e a globalização económica criou-as um pouco por todo o lado. No entanto, cada país é uma realidade e os métodos de trabalho e a forma como encaram a atividade económica varia imenso. Por isso, a Forbes compilou uma lista de países onde é possível investir, elencando os prós e os contras com que o empreendedor se pode deparar. O Dinheiro Vivo selecionou alguns exemplos. A lista completa está aqui.Segundo a Forbes, Portugal é um dos destinos mais interessantes para investimento, nomeadamente graças à mão-de-obra altamente especializada. O problema são os impostos.
Conheça todas as vantagens e desvantagens de Portugal. Leia aqui
China. Para emergir como uma das maiores potências económicas do mundo, a China oferece fundações seguras a todos os negócios. É uma nação em crescimento acelerado e com espaço para os mercados mais diversos. A situação política é estável e o sistema legal, além de respeitado, está a melhorar.
A isto junta-se o baixo custo do trabalho, mas com pessoas cada vez mais educadas e especializadas. O mercado interno tem um potencial enorme, com especial incidência para a crescente classe média que vai surgindo no país. O setor dos serviços, em particular, regista índices de crescimento assinaláveis.
Um dos desafios que o empreendedor tem que enfrentar na China é o dos monopólios detidos pelos gigantes estatais em áreas consideradas estratégicas. As start-ups continuam a ter sérias dificuldades em se imporem no mercado e a luta pela sobrevivência não é fácil. Assim, para penetrar o mercado chinês é aconselhável procurar antes um parceiro local, assim como informar-se convenientemente sobre o modo de funcionamento das agências governamentais.
É que mesmo sendo a China um país com um governo central muito forte, as autoridades regionais têm formas muito diferentes de fazerem cumprir as leis.
Estatísticas do Banco Mundial:
Percentagem de imposto aplicada aos lucros: 63,5%
Dias necessários para formar uma empresa: 38
Número de documentos necessários para ser exportador: 8
França. Apesar de ser uma das economias mais fortes da União Europeia, a França não tem uma grande tradição de empreendedorismo. O que não quer dizer que não seja um bom sítio para começar um negócio. É a sexta economia mundial, a estabilidade política é uma realidade e há diversos apoios públicos para o desenvolvimento de novos projetos. As sólidas infraestrutras do país e a aposta que os capitais de risco fazem no país também o tornam apetecível.
Claro que também tem os seus contras. As diferentes línguas que se falam no país de forma consistente e a dificuldades para em algumas zonas conseguir a necessária massa crítica podem constituir contratempos a quem pretende avançar com um negócio. Finalmente, não obstante a alta produtividade registada em França, os custos do trabalho são elevados.
Estatísticas do Banco Mundial:
Percentagem de imposto aplicada aos lucros: 65,7%
Dias necessários para formar uma empresa: 7
Número de documentos necessários para ser exportador: 2
Alemanha. Apesar de não ter uma relação muito forte com o empreendedorismo individual, a Alemanha é considerado um bom país para investir. A tradicional estabilidade do país, aliada a uma economia poderosa, uma rede de infraestruturas altamente eficiente e um sistema legal avançado, tornam-no numa boa opção.
Atualmente, os germânicos disponibilizam apoios ao empreendedorismo, como incubadoras de negócios, centros de spin-off nas universidades e fundos estatais. Mas montar um negócio na Alemanha pode ser mais complicado do que parece. A burocracia ainda é elevada, em especial para as start-up, o complexo sistema fiscal também não é fácil de compreender para um estrangeiro. Daí, ser importante muita informação prévia antes de se avançar com um investimento no país.
Estatísticas do Banco Mundial:
Percentagem de imposto aplicada aos lucros: 46,7%
Dias necessários para formar uma empresa: 15
Número de documentos necessários para ser exportador: 4
Índia. É uma das economias que mais cresce no mundo e é um dos destinos preferidos para quem investe na manufatura ou nos serviços. É um país seguro e os apoios a novos negócios não vêm só do governo. As autoridades locais também dão suporte e as empresas de fora são olhadas com grande respeito. É ainda um país com cada vez mais quadros altamente qualificados.
Tem uma procura elevadíssima, com uma classe média em ascensão e que em 2015 deverá atingir cerca de 267 milhões de pessoas, num país com mais de mil milhões de habitantes. Politicamente é uma democracia estável, não obstante alguns sobressaltos nos 65 anos que leva de independência, e a atmosfera financeira é bastante amigável, com a promoção de zonas económicas especiais, com taxas mais favoráveis.
Os obstáculos prendem-se, essencialmente, com a corrupção, que continua a minar grande parte da administração pública. Há ainda a questão das deficientes infraestruturas, como estradas, rede energética ou ferrovias, tudo áreas a necessitarem de melhorias significativas.
Estatísticas do Banco Mundial:
Percentagem de imposto aplicada aos lucros: 61,8%
Dias necessários para formar uma empresa: 29
Número de documentos necessários para ser exportador: 8
Suíça. Os suíços criaram um ambiente onde as ferramentas para formar uma empresa estão todas à mão. Não é difícil conseguir vistos, o acesso ao capital é simples e o sistema fiscal é atrativo. Tem ainda dos custos mais baixos, a nível mundial, na hora de fundar uma empresa.
O país foi ainda pouco afetado pela crise financeira que eclodiu em 2008 e mantém uma economia saudável e estável. No entanto, não é um país com grande apetite pelo risco. O conformismo é muitas vezes o grande obstáculo ao espírito empreendedor. Mas não deixa de oferecer apoios, designadamente na área tecnológica, como o programa CTI, destinado a start-ups e empreendedores.
Estatísticas do Banco Mundial:
Percentagem de imposto aplicada aos lucros: 30,1%
Dias necessários para formar uma empresa: 18
Número de documentos necessários para ser exportador: 4
Emirados Árabes Unidos. É uma das economias em mais rápido crescimento no mundo, tem infraestruturas do mais moderno que existe e a política governamental de promoção de novos negócios é bastante agressiva.
Muitos homens de negócios apostam neste país, uma vez que podem manter controlo total sobre as empresas, repatriar todo o capital e lucros e não os impostos, quer para as empresas, quer para as pessoas, são muito baixos. No entanto, o arranque de um negócio pode ser complicado. Os custos são elevados e o sistema legal é precário.
A mobilidade laboral é outro problema, uma vez que existe legislação que impede a livre circulação de trabalhadores. Mas há cada vez mais capital de risco disponível para novos investimentos e os pequenos negócios começam a ser incentivados para funcionarem como motor do crescimento económico.
Estatísticas do Banco Mundial:
Percentagem de imposto aplicada aos lucros: 14,1%
Dias necessários para formar uma empresa: 13
Número de documentos necessários para ser exportador: 4
Reino Unido. Trata-se de uma das mais fortes economias mundiais, com o governo a disponibilizar fundos para start-ups de jovens empreendedores. Por alguma razão o Banco Mundial coloca o país como um dos melhores locais do planeta para iniciar um negócio.
O sistema legal é bastante avançado, há uma cultura de premiar o mérito, o que encoraja o empreendedorismo, e um sistema de educação voltado para a inovação. No entanto, o país tem alguma aversão ao risco, que às vezes dificulta a tarefa de quem procura apoios para começar.
Por isso, para quem pensa investir no Reino Unido, exige-se um planeamento detalhado do negócio em causa, designadamente em termos de gestão em tempos de dificuldade. Os britânicos não facilitam.
Estatísticas do Banco Mundial:
Percentagem de imposto aplicada aos lucros: 37,3%
Dias necessários para formar uma empresa: 13
Número de documentos necessários para ser exportador: 4
Estados Unidos da América. Ainda é a maior economia do mundo, com uma longa história ligada ao empreendedorismo. Os mais jovens são encorajados desde cedo a lançarem os seus negócios e há constantemente nova legislação a apoiar estes esforços.
É também um dos países mais apetecíveis no que diz respeito a aceder ao capital. Uma vez estabelecido um bom modelo de negócio, não é difícil encontrar investidores. Há uma vasta rede de apoio governamental aos empreendedores, que reduz os custos de consultadoria para quem está a lançar uma empresa.
Mas nem tudo são rosas. Com um mercado tão vasto, a concorrência é, por vezes, brutal. Em muitos caos é preciso lutar por entre uma série de empreendedores que tiveram as mesma ideia e, à boa maneira americana, são os melhores sobrevivem.
E depois há o muito desigual sistema educativo norte-americano. Apesar de ser a pátria de algumas das melhores instituições de ensino do mundo, a verdade é que a formação no fundo da pirâmide é fraca, o que faz com que seja difícil, em algumas regiões, encontrar talentos à altura das necessidades. Mas continua a ser a terra das oportunidades e uma boa ideia pode, rapidamente, transformar-se num bom negócio. Milionário, quem sabe…
Estatísticas do Banco Mundial:
Percentagem de imposto aplicada aos lucros: 46,7%
Dias necessários para formar uma empresa: 6
Número de documentos necessários para ser exportador: 4

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