quarta-feira, 17 de outubro de 2012

NECEP. Portugal vai enfrentar recessão de 2% no próximo ano | iOnline

NECEP. Portugal vai enfrentar recessão de 2% no próximo ano | iOnline

A economia portuguesa deverá ter contraído 3,2% no terceiro trimestre em termos homólogos e 0,6% face ao trimestre anterior, estima o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP), que antevê uma recessão de 2% em 2013.
"No terceiro trimestre de 2012, a economia portuguesa deverá ter contraído 0,6% em cadeia e 3,2% em termos homólogos, continuando a sofrer o impacto do ajustamento orçamental e financeiro em curso e do abrandamento da economia europeia", escreve a entidade coordenada por João Borges Assunção.
"Para 2012, o NECEP estima uma quebra do PIB [Produto Interno Bruto] de 2,8%. Não obstante o quadro muito recessivo, a contração estimada pelo NECEP é ligeiramente menor do que a projetada no programa de ajustamento, em parte devido a uma consolidação orçamental menos forte do que a prevista, mas também em função do bom comportamento das exportações", afirma a nota enviada aos assinantes, e a que a Lusa teve acesso.
As previsões do NECEP contrastam com as do Executivo, que no Orçamento do Estado para 2013 apresenta uma previsão de recessão de 3% este ano e de 1% em 2013. O Governo coincide com o NECEP na previsão da taxa de desemprego para este ano (15,5%), mas é ligeiramente mais otimista que os economistas do Núcleo (16,4% contra 16,7%) na previsão do desemprego em 2013.
O NECEP considera que o Governo "cumpriu, no essencial, o programa estabelecido no memorando de entendimento para 2012, apesar do desvio no défice" e estima que em 2012 a balança de bens e serviços apresente já um saldo positivo e que a balança externa se aproxime bastante do equilíbrio, traduzindo um ajustamento muito rápido e superior ao antecipado", lê-se na Folha Trimestral de Conjuntura.
Para o próximo ano, no entanto, o panorama é mais sombrio: "Para 2013 o NECEP projeta agora um cenário mais recessivo, com uma quebra de 2,0% do PIB, sendo que o intervalo de estimativa [-1,4%: -2,6%] exclui a atual previsão do Governo", o que constitui "uma importante revisão em baixa face à projeção de julho (que era de -0,9%), resultante do agravamento da conjuntura externa e do ajustamento orçamental exigido para 2013 ser superior ao antecipado, não obstante a meta para o défice orçamental ter sido aliviada pela 'troika' [Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu]".
Como habitualmente, o NECEP sublinha o "grau de incerteza excecionalmente elevado" destas previsões, argumentando com "a dúvida sobre o cumprimento dos objetivos orçamentais num enquadramento político e social menos favorável do que em 2012" e, no plano externo, com os "sinais de desaceleração da economia mundial" e até o "resultado das eleições americanas".

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