quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Monte Branco. Canals e Figueiredo libertados | iOnline

Monte Branco. Canals e Figueiredo libertados | iOnline

Michel Canals e Nicolas Figueiredo, dois dos arguidos do processo Monte Branco, foram ontem libertados sob caução de 200 mil euros para cada um. A menos de 30 dias de completarem seis meses de prisão preventiva, terá sido o procurador do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) Rosário Teixeira a propor a alteração da medida de coacção. Ao que o i apurou, o juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), não terá concordado com a libertação. Contudo, não teve alternativa porque a lei não permite aos juízes aplicar uma medida de coacção superior à requerida pelo Ministério Público (MP).
Michel Canals, presidente da Akoya Asset Management, com sede em Genebra, e o seu sócio Nicolas Figueiredo, detidos no Porto em Maio, ficaram ainda proibidos de se ausentar do país e de manter contactos com antigos clientes da Akoya. Segundo fonte próxima do processo, Rosário Teixeira terá decidido alterar a medida de coacção porque os arguidos terão colaborado com a investigação e porque estará afastado o perigo de fuga e o perigo de perturbação do inquérito.
Para breve pode estar também uma mudança na medida de coacção aplicada a Francisco Canas. O empresário conhecido como Zé das Medalhas é o único arguido que ainda está em prisão preventiva e, ao que o i apurou, tem sido sujeito a vários interrogatórios nos últimos meses. O homem que agiria como intermediário em Portugal da gestora de fortunas sedeada na Suíça já terá mesmo revelado aos investigadores uma lista de 450 clientes que nos últimos três anos (a Akoya foi criada em 2009) terão movimentado ilegalmente 100 milhões, avançou esta semana o “Expresso”. Duarte Lima, que em Maio saiu do estabelecimento prisional da PJ para prisão domiciliária, por igual decisão do procurador Rosário Teixeira, era um dos clientes.
O modus operandi daquela que é considerada a maior rede de fuga ao fisco e de branqueamento de capitais a operar em Portugal passaria por depositar dinheiro numa conta de Francisco Canas, que, por sua vez, o transferiria para uma conta do BPN em Cabo Verde e daí para contas em Portugal ou no estrangeiro. Outros dois arguidos – José Pinto e Ricardo Arcos Castro – já tinham sido libertados sob caução. Também Passos Coelho já terá sido apanhado no meio da investigação, numa escuta telefónica a José Maria Ricciardi, presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI). Pinto Monteiro enviou-as a 8 de Outubro para o Supremo Tribunal de Justiça. A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, garantiu que não existem suspeitas de ilícitos criminais por parte do primeiro-ministro. No entanto, Noronha Nascimento ainda não se pronunciou. 

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