segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Japonês Nomura prevê para Portugal recessão de 2,7% em 2013 - Dinheiro Vivo

Japonês Nomura prevê para Portugal recessão de 2,7% em 2013 - Dinheiro Vivo

O banco japonês Nomura considera que a proposta de Orçamento do Estado para 2013 depende demasiado de receitas, projetando uma recessão de 2,7% em 2013 e que a dívida pública atinja os 131% do PIB em 2016.Numa análise divulgada hoje pelo departamento europeu do banco japonês Nomura, os economistas preveem que o esforço orçamental "depende esmagadoramente de medidas do lado da receita" e lembra que isto "cria riscos de implementação significativos num ambiente recessivo" e que leva por sua vez a que o esforço total de consolidação previsto no programa para o total do período seja muito superior ao estimado inicialmente.
Sobre a estrutura do ajustamento que está incluído na proposta de Orçamento -- 80% do lado da receita, 20%do lado da despesa --, diz que por esta razão "não admira que a 'troika' tenha exigido uma série de medidas de contingência do lado da despesa, enquanto é exigido que o Governo aumente os seus esforços para reduzir a despesa".
Sobre as previsões para a economia portuguesa, os economistas responsáveis pela análise de Portugal apontam para que a recessão no próximo ano seja de 2,7% do PIB (contra 1% previstos pelo Governo), e que mesmo em 2012 a recessão resvale para 3,2% (Governo espera contração de 3%).
As projeções do banco são ainda mais negativas no que diz respeita ao rácio de dívida pública face ao produto interno bruto (PIB), esperando que este continue numa trajetória ascendente até 2016, altura em que atingiria os 131% do PIB, contra uma pique máximo esperado pelo Governo e 'troika' de 123,7% do PIB no próximo ano, passando a cair desde essa altura até aos 118,5% em 2018.
O banco assume neste aspeto que a sua previsão aponta para que a dívida pública inicie uma trajetória descendente em 2016, mas que se mantenha nos 130% do PIB até 2020.
A nota faz ainda uma análise à situação política do país, afirmando ser "inquestionável que a interrupção de um período de consenso político aumenta o risco político, e consigo, o potencial custo social do ajustamento".
Ainda assim, o Nomura considera que o risco de uma completa crise política na coligação nos próximos meses continua a ser muito baixo, mas que "não há dúvida que a situação é expressivamente mais frágil que antes da quinta revisão da 'troika'", algo que dizem que "irá ter provavelmente impacto na perceção do mercado sobre a probabilidade de futura crise política séria".

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