domingo, 7 de outubro de 2012

Governo esteve reunido 13 horas para preparar Orçamento - Política - PUBLICO.PT

Governo esteve reunido 13 horas para preparar Orçamento - Política - PUBLICO.PT

O Conselho de Ministros extraordinário deste domingo, para preparar o Orçamento do Estado para 2013, terminou às 22h20, quase 13 horas depois de ter começado, disse à Lusa fonte governamental.

Os ministros estiveram reunidos desde as 9h30, com pausa para almoço. Não houve conferência de imprensa ou qualquer comunicado sobre os trabalhos no final. A proposta de Orçamento do Estado deverá ser entregue na Assembleia da República até dia 15 de Outubro.

O conselho de ministros extraordinário ocorreu na véspera de uma reunião do Eurogrupo, que junta os ministros das finanças dos países do euro, no Luxemburgo, durante a qual se deverá aprovar formalmente o desembolso da próxima tranche da ajuda a Portugal, assim como a extensão, por um ano, do prazo para correcção do défice.

A decisão formal surgirá na sequência da quinta revisão do programa de assistência a Portugal, que ficou marcada pela polémica em torno das alterações à Taxa Social Única (TSU) propostas pelo Governo durante as conversações com a troika, mas que acabariam por “cair”, sendo substituídas por um aumento de impostos.

A 26 de Setembro, o Conselho de Ministros já teve uma primeira reunião extraordinária com o objectivo de debater a proposta orçamental, no final da qual também não houve nem conferência de imprensa nem comunicado.

Louçã fala em “tentativa de sobrevivência” de um Governo “dividido”

Horas antes de terminar o encontro entre os ministros, o líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, qualificou o Conselho de Ministros extraordinário como uma “tentativa de sobrevivência” de um Governo “dividido, desacreditado e que destruiu a economia do país”.

Louçã, que falava aos jornalistas à margem da inauguração da nova sede do BE de Oeiras e Cascais, disse ainda que o Conselho de Ministro “vive no silêncio e em contradições”.

“Não fazemos ideia do que Paulo Portas diz a Passos Coelho e do que Passos Coelho diz a Paulo Portas, mas isso nem interessa assim tanto. O que interessa é que já temos uma certeza: o maior aumento de impostos e a redução dos salários e das pensões, por via de um ataque violentíssimo que é um assalto”, sustentou.

O líder bloquista mostrou-se ainda convicto de que o Orçamento do Estado tem “outros segredos”. E adiantou: “Claro que será ainda pior do que disse o ministro das Finanças e será ainda pior do que disse Passos Coelho”.

Francisco Louçã realçou, por isso, a importância da moção de censura apresentada pelo partido que mostra a “exigência em Portugal que é demitir o Governo”.

“Nós não queremos mais um dia, mais um mês, mais um ano, mais três anos de um Governo que, aceitando as posições da ‘troika’ e atacando desta forma a vida dos trabalhadores, destrói a economia”, frisou.

Sobre a necessidade de saber o propósito nos sacrifícios, vincado na mensagem do Presidente da República nas comemorações do 5 de Outubro, Francisco Louçã disse que Cavaco Silva “não pode sacudir a água do capote”.

“O primeiro-ministro respondeu ao Presidente da República que sabe para onde vai. Se ele sabe para onde vai, sabe que com a ‘troika’ – tantas vezes com o beneplácito do Presidente que não pode sacudir a água do capote – Portugal está a ir no caminho da bancarrota”, disse.

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