quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Futuro da classe média centrou debate entre Obama e Romney - JORNAL DE NEGÓCIOS

O futuro da classe média e propostas de relançamento da economia do país estiveram no centro do primeiro debate entre os candidatos presidenciais democrata e republicano, Barack Obama e Mitt Romney.
Enquanto Obama defendeu que a proposta de reforma fiscal apresentada pelo candidato republicano irá favorecer os mais ricos e sobrecarregar a classe média, Romney acusou Obama de ser responsável por políticas de "mais governo" que levaram ao "esmagamento" dos trabalhadores nos últimos quatro anos, com quebra de rendimentos e subida de custo de vida.

"O presidente tem uma visão muito semelhante à que tinha quando concorreu há quatro anos, de que mais governo, mais gastos, mais impostos, mais regulação vai funcionar. Essa não é a reposta certa para a América", disse Romney.

Obama pôs em causa o plano de Romney acusando-o de revelar poucos detalhes de como planeia compensar cortes de impostos, sem aumentar impostos, reduzindo ao mesmo tempo o défice.

"A forma como pagamos isso, reduzimos o défice, fazemos os investimentos que são necessários, sem atirar os custos para cima da classe média, penso que é uma das questões centrais desta campanha", disse Obama.

No final dos 90 minutos de frente a frente na Universidade de Denver, os apoiantes de Romney reclamavam vitória e os inquéritos aos espectadores feitos pelas cadeias de televisão davam-lhes razão, quando Obama lidera todas as principais sondagens.

Obama tentou colar Romney às políticas da administração Bush, que levaram à crise que a sua administração herdou, e chegou mesmo a comparar a sua abordagem à de Bill Clinton, cuja presidência foi de crescimento económico e excedentes orçamentais.

Com elevado desemprego e crescimento lento, Romney acusou Obama de levar o país pelo caminho de Espanha, cujo governo gasta o equivalente a 42 por cento do PIB.

"Não quero ir pelo caminho da Espanha. Quero ir pelo caminho do crescimento que põe os americanos a trabalhar", disse o ex-governador do Massachusetts.

Uma linha de ataque explorada por Obama foram as propostas de Romney para resolver o défice o seguro público de saúde para os mais idosos, Medicare, que passa por passar alguns dos segurados para o privado, através de vales.

"Se tem 54 ou 55 anos, talvez queira ouvir bem isto", disse Obama, olhando directamente para as câmaras.

Romney respondeu acusando Obama de perseguir a sua reforma do sistema de saúde, conhecido por Obamacare, à custa da criação de emprego.

"Não sei como o presidente pode ter chegado ao posto, com 23 milhões de pessoas sem emprego, desemprego a subir, uma crise económica na sala das pessoas e despender a sua energia e paixão por dois anos a lutar pelo Obamacare em vez de lutar por empregos. Matou empregos", disse Romney.

Obama acusou o republicano de, tal como na reforma do sistema financeiro ou fiscalidade, o seu adversário não estar a detalhar as suas propostas.

"A certa altura o povo Americano tem de perguntar-se se Rommey mantém estes planos de substituição todos secretos porque são demasiado bons. É porque as famílias classe média vão beneficiar demasiado?", ironizou o presidente.

Obama referiu-se ainda ao plano de equilíbrio orçamental apresentado pelo vice-presidente republicano, Paul Ryan, a que também "faltavam detalhes, parece ser uma tendência", mas prevendo um corte drástico na Educação.

"O senhor presidente tem direito ao seu próprio avião, sua própria e casa, mas não tem direito aos seus próprios factos. Não tenho qualquer plano para cortar o financiamento à Educação", disse.

Assumindo uma postura ainda mais agressiva na parte final, Romney acusou Obama de ter gasto 90 mil milhões de dólares em empresas de energias renováveis, muitas das quais faliram e eram de pessoas que "contribuíram para a campanha" do presidente.

Romney atacou ainda a falta de liderança de Obama, enquanto este disse que a capacidade do republicano conseguir consensos será pouca eliminando reformas democratas e sendo incapaz de dizer "não Às partes mais extremas do seu partido".

Obama foi o primeiro a fazer a declaração final, proclamando a mesma determinação de 2008, "fé e confiança no futuro" do país, em que "todos tenham oportunidade de ser bem sucedidos, fazendo a sua parte e jogando pelas mesmas regras".

Romney disse estar "preocupado" com o futuro do país, e que o caminho que Obama propõe vai levar a um maior "esmagamento" dos rendimentos da classe média e a cortes "dramáticos" na Defesa.

"Eu manterei a América forte e porei a classe média americana a trabalhar novamente", afirmou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário