quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Embalagens usadas ganham nova vida nas paredes de uma escola em Oeiras - PÚBLICO


Não absorvem humidade e por isso não retêm fungos. Não soltam farpas e são fáceis e práticas de limpar. As fachadas da renovada Escola Básica e Jardim de Infância Gomes Freire de Andrade, em Oeiras, foram revestidas com um material de plástico 100% reciclado, feito de embalagens usadas.
O projecto representa um investimento de seis milhões de euros em obras de ampliação e qualificação na escola, dos quais 4,5 milhões são investimento municipal, sendo o restante montante suportado pelo Quadro Referência Estratégico Nacional.



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Foto: Foto: DR
                                      Novas fachadas são mais fáceis de manter e de limpar


A conclusão desta obra, inaugurada a 20 de Outubro, assinala o fim da primeira fase do Plano Estratégico para os Equipamentos Educativos que inclui também a construção de três escolas, além da ampliação e requalificação das existentes. O projecto de revestimento da fachada com plástico 100% reciclado foi concretizado pela empresa Extruplás, a única empresa nacional a produzir materiais para esta construção.

A vereadora com os pelouros de Obras Municipais e Ambiente da Câmara de Oeiras, Madalena Castro, explica que os materiais usados na construção - embalagens de manteiga, pacotes de batatas fritas, copos de iogurte, entre outros -, “ao invés de contaminarem o meio ambiente, voltaram a entrar na cadeia de valor”. As vantagens são muitas: além do "baixo custo de instalação e ausência de custos de manutenção", o edifício não voltará a precisar de pintura exterior na zona onde foi aplicado o revestimento, afirma.

Também a Sociedade Ponto Verde (SPV), que trabalha com a empresa envolvida, aponta a durabilidade como a maior vantagem de construção mobiliária a partir de plástico reciclado, sendo descrita como uma “alternativa completamente viável, segura e ambientalmente correcta”.

“Quando o plástico é separado a sua divisão é feita tendo em conta o tipo de plástico. Uma das categorias corresponde aos plásticos mistos e a Extruplás é a única empresa que a nível nacional recicla esta categoria. Para os plásticos mistos contribuem essencialmente embalagens de produtos alimentares, como embalagens de manteiga, margarina, pacotes de arroz e massas, pacotes de batatas fritas e copos de iogurte sólido”, explica a SPV.

A produção de artigos de mobiliário urbano e de praia, espreguiçadeiras, chapéus-de-sol, passadiços, vedações, sinaléticas, mesas ou bancos através de plástico 100% reciclado é uma solução para a diminuição não só do uso de madeira como matéria-prima, mas reduz também a quantidade de lixo nos aterros.

Neste projecto foram reutilizadas mais de 70 toneladas de plástico, transformadas em ripas com o aspecto e tonalidade da madeira, o que o torna esteticamente atraente. Segundo Sandra Castro, da empresa Extruplás, a empresa recicla cerca de 1000 toneladas de plásticos por mês.

O resultado é um produto que resiste à humidade, a parasitas e fungos e que pode ser trabalhado, serrado, pregado e aparafusado com alguma facilidade. O material tem ainda como vantagem a fácil limpeza.

“A par de vários projectos ao nível dos espaços verdes, nomeadamente a reutilização de troncos de árvores através da produção de estilha para aplicação em caminhos pedonais em áreas ajardinadas, a câmara vai também utilizar este género de material reciclado para a construção de uma escola na freguesia de Linda-a-Velha, cujo projecto já se encontra concluído, a aguardar que o concurso da obra seja lançado”, adianta a vereadora.

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