Também fora da zona euro se protesta contra a austeridade. Cidades como Londres, Glasgow e Belfast foram palco de manifestações contra medidas avançadas pelo Governo para reduzir o défice do país.
De acordo com a polícia, em números citados pelo Guardian, cerca de 100 mil marcharam em Londres. Já os sindicatos apontam para 130 mil manifestantes.
As imagens das agências noticiosas mostram cartazes de solidariedade com a Grécia e de crítica aos cortes impostos pelo Executivo. "A austeridade está a falhar", "O serviço nacional de saúde não está à venda" e "De Atenas a Londres, esmaga o capitalismo" eram algumas das inscrições em faixas e cartazes. Havia quem comparasse o primeiro-ministro David Cameron a à antiga primeira-ministra Margaret Tatcher, que, entre outras medidas, reduziu os gastos sociais do Estado.
Um dos momentos altos dos protestos, narram os media britânicos, foi o discurso do líder trabalhista Ed Miliband, em Hyde Park, em Londres, no final da marcha. Miliband mostrou preocupação com os jovens que não encontram trabalho, mas acabou por ser vaiado quando indicou serem necessários cortes na despesa independentemente de quem estiver no Governo, embora tenha acrescentado: “Este Governo mostrou que cortar demasiado e demasiado depressa (...) não é a resposta”.
O líder trabalhista criticou ainda a política fiscal seguida pelo Governo. "Eles cortam impostos para os milionários e sobem impostos para as famílias normais”, afirmou, citado pela BBC. E recebeu aplausos quando recordou o recente episódio do ex-coordenador da bancada conservadora, que se demitiu após ter insultado polícias que o impediram de passar de bicicleta pelos portões da residência oficial do primeiro-ministro. “É melhor aprender qual é o seu lugar. Você não manda na merda do Governo! Seu plebeu de merda”, terá dito Andrew Mitchell (que admitiu ter faltado ao respeito ao agente, mas negou ter-lhe chamado "plebeu"). Miliband lembrou o incidente para retratar o Partido Conservador e o Governo como tendo "uma cultura de duas nações".
Em Março do ano passado, uma manifestação contra os cortes governamentais reunira 250 mil pessoas em Londres, num protesto de que resultaram cerca de duas centenas de detenções, após confrontos com as autoridades. Desta feita, a manifestação foi pacífica e a polícia disse ter apenas respondido a alguns comportamentos "anti-sociais" que ocorreram fora da marcha de protesto.
Alguns líderes sindicais, refere o Guardian, indicaram que o caminho de contestação ao Governo pode passar por planos para uma greve geral.
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