domingo, 21 de outubro de 2012

Caso Armstrong coloca patrocinadores do ciclismo em fuga - Dinheiro Vivo

Caso Armstrong coloca patrocinadores do ciclismo em fuga - Dinheiro Vivo


É uma autêntica fuga do pelotão dos patrocinadores, mas aqui não há ninguém que possa ganhar a camisola amarela.

O escândalo envolvendo o ciclista Lance Armstrong está a provocar ondas de choque no universo desta modalidade desportiva, com uma série de patrocinadores pura e simplesmente a retirar, depois de anos de patrocínio, o seu apoio financeiro às equipas.
Primeiro foram os patrocinadores do ciclista norte-americano, mas apenas quando as provas do uso ilegal de drogas relatadas pelas autoridades desportivas norte-americanas se tornou demasiado evidente. A Nike, a cervejeira Anheuser-Busch (Budweiser) foram alguns dos patrocinadores que deixaram cair o seu apoio, o que poderá significar a perda de 50 milhões de dólares nos próximos cinco anos para Armstrong. O ciclista, sete vezes vencedor da Volta à França, aguarda uma decisão da União Internacional de Ciclistas (UIC) sobre o relatório da Agência Anti-Doping norte-americana.
Mas para outros patrocinadores o caso Armstrong foi a última gota num copo desportivo que foi sendo cheio, ano sim, ano não, com, acusações de doping. Foi o caso do banco holandês Rabobank. Patrocinador principal da equipa Rabobank, o banco retirou no final da semana passada o seu apoio anual de 15 milhões de euros. A decisão afectou também Marianne Vos, medalha olímpica de ouro, e a preparação da sua equipa para os Jogos de 2016, que podem ficar assim sem uma importante fonte de financiamento, embora o banco garante que irá "fazer tudo o que poder para apoiar as suas ambições olímpicas".
"Já não estamos convencidos que o mundo do ciclismo internacional pode fazer deste um desporto limpo e justo. Não temos confiança que isto mude para melhor no futuro próximo", disse Bert Bruggink, membro da administração do banco, em comunicado citado pela Reuters.  "O relatório da Agência Anti-Doping norte-americana foi a última gota", acrescentou mais tarde em conferência de imprensa.
E outros patrocinadores estão a dar sinais de desconforto com o caso e a incapacidade - dada a continuidade de casos que têm emergido nos últimos anos - de erradicar o doping desta modalidade desportiva.
A SKINS - parceiro da equipa Rabobank - já disse que poderá rever o seu apoio à modalidade, caso a UIC não atue com firmeza contra o doping.
Outros estão a exigir um desporto limpo aos próprios membros das equipas que patrocinam. A BSky-B exigiu aos atletas da equipa Sky que assinassem um documento em como nunca se tinham dopado, sob o risco de serem despedidos. Esta é a equipa do vencedor deste ano da Tour, Bradley Wiggins.
Mas há quem considere esta uma tempestade passageira. "Dificilmente existe um desporto que oferece um tão bom retorno de investimento em termos de exposição nos media, especialmente na Europa Ocidental e do Sul", disse Ulrich Lacher, diretor geral de estratégia de patrocínios da IFM Sports Group, citado pela Reuters. "No ciclismo, os nomes das equipas são referidos nas notícias e os montantes de patrocínio são relativamente modestos", diz. "Se estão à procura de notoriedade imediata e em conta para a marca é uma oportunidade única", defende. 
A modalidade também é seguida por um público-alvo apetecível para as marcas: homens de meia idade com poder de compra. "O ciclismo é talvez o desporto com o grupo de fãs com o maior poder de compra do mundo", assegura Jonathan Vaughtters, da equipa Garmin-Sharp, ouvido pela Reuters.

Nenhum comentário:

Postar um comentário