quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Buraco dos hospitais agravou-se 33 milhões de euros em Julho | iOnline

Buraco dos hospitais agravou-se 33 milhões de euros em Julho | iOnline

Hospitais reduziram mais a despesa em material clínico, fatia de despesa três vezes mais pequena, do que em medicamentos.

Com orçamentos mais magros e pressão para reduzir custos, parece agora mais provável que o esforço dos hospitais será suficiente para terminarem 2012 longe do buraco de 383 milhões de euros atingido no final de 2011. Mas se em Junho o défice operacional das unidades hospitalares e unidades locais de saúde tinha sido reduzido de 207 para 107 milhões, em Julho registou-se um novo agravamento de 30%, para um saldo negativo de 140 milhões de euros.
Ao todo foram 33 milhões de euros de despesa que os orçamentos das unidades não conseguiram acomodar durante o mês de Julho, já com os contratos-programa para este ano concluídos – ou seja, tendo em conta os valores finais que o Estado contratou a cada uma das unidades para a produção deste ano. Esta foi uma das explicações avançadas na altura pela ACSS ao jornal “Público” para a redução acentuada do buraco dos hospitais no mês de Junho, assim como tratar-se do fecho de semestre. Se em Maio o cenário era de um défice operacional de 207 milhões, o que sugeria que o buraco no final do ano poderia exceder os 400 milhões, esta nova tendência permite estimar que o défice operacional deverá fixar-se pouco acima dos 300 milhões de euros, melhor desempenho que o de 2011.
A diminuição nos custos continua a ser conseguida essencialmente na rubrica de pessoal e os dados de Julho da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) reforçam a poupança pouco conseguida na área dos medicamentos, em que o objectivo acordado com a indústria é uma redução da despesa de 170 milhões. Nem todas as unidades permitem esta comparação, dado as mais recentes não apresentarem indicadores para a variação homóloga, mas com os dados disponíveis é possível calcular uma redução da despesa com remédios de 12,8 milhões até Julho, menos que os 18 milhões poupados na compra de material clínico, o bolo bastante mais pequeno. Com medicamentos, os centros hospitalares e as unidades locais de saúde gastaram até Julho 682,7 milhões de euros e com material 203 milhões de euros.
Entre as 48 unidades hospitalares (41 centros hospitalares e sete unidades locais de saúde) que reportam dados à ACSS, verifica-se que 18 instituições tinham em Julho saldo positivo.
Em Maio, quando ainda não eram incluídos na monitorização mensal cinco centros hospitalares e uma ULS, estavam por incluir as transferências reais acordadas para este ano, apenas nove registavam resultados positivos. Existem algumas alterações no ranking das instituições mais deficitárias, agora lideradas pelo Centro Hospitalar Lisboa Norte, com um buraco de 45 milhões. Em Maio este primeiro lugar era ocupado pelo Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, agora na terceira posição, com um défice de 16,5 milhões, menos de metade do que apresentava nesse mês. O segundo maior défice pertence ao Centro Hospitalar Lisboa Central, que este ano acomodou as contas da Maternidade Alfredo da Costa e do Hospital Curry Cabral. Apresenta um défice de 21 milhões, inferior também ao que apresentava em Maio.

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