A que saberá o solo marciano? O robô Curiosity, em Marte desde o início de Agosto, é que pode dizer, uma vez que um dos seus instrumentos acaba de engolir os primeiros pedaços de solo marciano. Para fazer diversas análises químicas e mineralógicas.
O robô apanhou solo com um braço e depositou-o num tabuleiro para análises (NASA/JPL-Caltech/MSSS)
Ao pôr o Curiosity a engolir o solo, os cientistas esperam perceber se em Marte já houve muita água, um elemento considerado essencial à vida. Aliás, nos poucos meses que está em Marte, dentro da cratera Gale, onde já percorreu 480 metros graças às suas seis rodas, o robô já se deparou com rochas que mostram como a água correu abundantemente no planeta. O cascalho que encontrou arredondado por correntes antigas é a primeira prova geológica directa dessa abundância.
Na próxima semana, deverá haver novidades sobre o solo agora analisado. Para já, a agência espacial norte-americana apenas diz que é feito de grãos tão finos que os ventos marcianos os dispersam facilmente. Os cientistas pensam que é este tipo de grãos que forma as famosas tempestades de poeiras, por isso este estudo também ajudará a compreender melhor este fenómeno. “Estas são as partículas que viagem regionalmente, senão globalmente”, diz Grotzinger. “Vemos estas tempestades que envolvem todo o planeta e pensamos que estes são os grãos que se depositam uniformemente por Marte inteiro.”
Na Terra, nunca recebemos amostras de solo marciano. A NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA) planeavam uma missão conjunta, que foi entretanto cancelada pela agência dos Estados Unidos. Tanto a NASA como a ESA estudam agora formas de trazer amostras marcianas, nunca antes de 2018. Até lá, o solo marciano chega-nos de forma indirecta, desta vez pelo olhar do Curiosity, que, quando a sua missão chegar ao fim, permanecerá para sempre como ferro-velho na superfície de Marte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário