terça-feira, 16 de outubro de 2012

Polícia carrega sobre manifestantes na AR - Sociedade - PUBLICO.PT

Polícia carrega sobre manifestantes na AR - Sociedade - PUBLICO.PT


Manifestação

Polícia carrega sobre manifestantes na AR

Foram queimados objectos em frente à escadaria do Parlamento 
  Foram queimados objectos em frente à escadaria do Parlamento (Nuno Ferreira Santos) 
 
Cerca de 100 manifestantes subiram uma das ruas laterais da Assembleia da República, aproximando-se da porta da residência oficial do primeiro-ministro, nas traseiras do edifício, e acabando por ser alvo de uma carga policial. Onze pessoas ficaram feridas, das quais dez são agentes da PSP.
Para fazer face aos manifestantes que subiam a rua e já tinham derrubado um ecoponto, cerca de 20 a 30 polícias carregaram sobre o grupo. Segundo a TVI, 11 pessoas ficaram feridas: dez agentes da PSP e um manifestante, que foi transportado para o Hospital de S. José.

Em frente à escadaria do Parlamento, onde há protestos desde as 18h, foram atiradas garrafas aos polícias, lançados petardos e foi ateada uma fogueira, que cerca das 23h ainda ardia com alguns detritos.

Durante a tarde e parte da noite, centenas de pessoas protestaram frente ao Parlamento. Cerca das 21h, parte dos manifestantes desmobilizou, mas outros continuaram no local.

De cartazes em punho, os manifestantes gritaram "gatunos"e "é hora do Governo ir embora". A maioria dos cartazes apelava "demissão" do Governo e ao fim da influência da troika em Portugal.

Duas mulheres semi-nuas tentaram passar a barreira policial, sem sucesso. Outras pessoas solidarizaram-se com a iniciativa e começaram a despir as camisolas. Para dentro do perímetro policial foram arremessadas garrafas de vidro e cartões vermelhos, que simbolizam a vontade das pessoas em mandar o Governo para a rua. Muitos iam pedindo aos polícias que se juntassem a eles.

Cerca das 20h30, os manifestantes já tinham invadido até metade do jardim da fachada principal do Parlamento (excepto na escadaria, ocupada pelo corpo de intervenção da PSP). Nessa altura, fizeram um cordão humano e espalharam-se em torno do edifício, acabando por se concentrar sobretudo na entrada lateral da Assembleia da República, junto ao parque de estacionamento.

As pessoas que se encontravam ainda dentro do edifício foram aconselhadas a não sair, e ninguém foi autorizado a entrar.

Por essa hora, já tinham rebentado dezenas de petardos e tinham sido atiradas muitas garrafas de cervejas aos polícias. Carrinhas do corpo de intervenção da PSP foram chegando sucessivamente, com agentes e alguns cães "para manter a ordem pública". Alguns agentes filmavam a manifestação, apesar de a Comissão Nacional de Protecção de Dados considerar estas gravações ilegais.

A manifestação tinha começado calma por volta das 18h mas os ânimos foram-se exaltando com o passar do tempo e com a chegada de mais pessoas ao local. Por volta das 19h, o número de manifestantes não era suficiente para formar um cerco ao edifício, como pretendia a organização, mas já preenchia o espaço à frente da escadaria. Fonte da PSP disse ao PÚBLICO que estariam no local cerca de 1200 manifestantes, mas o número não é oficial.

O ambiente tornou-se mais tenso quando um homem tentou retirar as vedações que impedem os manifestantes de chegar à escadaria da Assembleia da República. Nesse momento, outros manifestantes desviaram o homem do local e acalmaram-no. No entanto, pouco depois foram derrubadas várias grades e algumas pessoas conseguiram chegar ao jardim da Assembleia da República, onde foi montado um cordão policial.

As grades colocadas em torno do edifício foram transformadas numa espécie de "muro das lamentações ", onde os manifestantes puderam colocar a sua opinião. A multidão esteve a ser vigiada por centenas de polícias e elementos do Corpo de Intervenção da PSP, cuja equipa foi sendo reforçada com o passar das horas.

O ritmo das reivindicações foi acompanhado por um grupo de pessoas que tocavam bombos. Ao lado, um conjunto de manifestantes com cartões vermelhos na mão. Pouco depois das 19h havia ainda muitas pessoas a juntarem-se ao protesto.

Pouco depois de gritarem "invasão" em uníssono, os manifestantes cantaram em coro o Hino Nacional. Tiago Lima, membro da Plataforma 15 de Outubro, disse ao PÚBLICO que a manifestação "está a ser muito combativa". Questionado sobre a hora a que pretendiam terminar o protesto, respondeu: "Gostaríamos de ficar até o Governo se demitir".

A manifestação, intitulada "Cerco a S. Bento! Este não é o nosso Orçamento" foi convocada pelos movimentos 15 de Outubro e Sem Emprego para contestar as contas do Estado para o próximo ano e pedir a demissão do Governo. Na página criada para o efeito na rede social Facebook, mais de 3500 pessoas tinham aderido ao protesto.A concentração segue-se a uma vigília do movimento dos indignados, que começou às 00h00.

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