Governo transmitiu ao FMI derrapagem já no 3º trimestre mas corrigiu-se | iOnline
O Fundo Monetário Internacional diz num relatório hoje publicado que Portugal teria falhado o défice do terceiro trimestre por 2 mil milhões de euros, com o Governo e o FMI a apressarem-se a esclarecer que a informação estava desatualizada.
No relatório hoje divulgado pelo Fundo Monetário Internacional sobre a quinta avaliação do Programa de Assistência Económico e Financeiro (PAEF), a organização dá conta da aprovação de uma dispensa no cumprimento da meta do terceiro trimestre do défice orçamental, que os números do mesmo relatório davam conta de que este seria ultrapassado em dois mil milhões de euros (limite era de 5,9 e valor inscrito era de 7,9 mil milhões de euros).
Numa teleconferência com os jornalistas, os responsáveis do FMI deram conta que estes valores aparecem porque tinham informação dada pelo Governo na altura da revisão e que como tal não podiam ter em conta os dados da Execução Orçamental até setembro.
Os dados da execução orçamental davam conta que o défice, para efeitos de programa no final do terceiro trimestre, teria ficado à volta de 5,5 mil milhões de euros, ainda com alguma margem para o cumprimento do limite de 5,9 mil milhões.
O próprio gabinete do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro apressou-se a enviar às redações um comunicado onde explicava o sucedido e esperado, apesar de não explicar a discrepância de valores apresentados, lembrando, tal como o FMI, que os números divulgados esta terça-feira são ainda provisórios.
No entanto, os valores para o terceiro trimestre não eram colocados em causa nem pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental, que numa análise às contas públicas dizia que considerando o perfil intra-anual das despesas e receitas do Estado, o peso excessivo iria concentrar-se no último trimestre, e que não via assim posto em causa o limite para o défice desse período apesar da curta margem de manobra.
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