quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Gaspar admite usar reservas de ouro na emissão de dívida pública - Dinheiro Vivo

Gaspar admite usar reservas de ouro na emissão de dívida pública - Dinheiro Vivo

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, prometeu hoje "olhar" para a possibilidade de as reservas de ouro do Banco de Portugal serem usadas como colateral na emissão de dívida pública.
Durante uma audiência na comissão parlamentar do Orçamento, a deputada do CDS Vera Rodrigues mencionou declarações de uma dirigente do World Gold Council, hoje publicadas no Diário Económico.
A deputada portuense do CDS pediu a Gaspar que comentasse a hipótese de "alavancar o ouro, utilizando-o como colateral para emitir dívida e fazer face às necessidades de financiamento".
"À luz das regras comunitárias, as reservas de ouro não podem ser usadas diretamente pelo Estado para pagar dívida. Vera Rodrigues perguntou, contudo, se "valeria a pena fazer um 'forcing' para usar as reservas como colateral para aliviar o montante de juros que Portugal tem de pagar".
"Irei olhar para essa questão, não tenho resposta para lhe dar imediatamente", respondeu Gaspar.
 "O ouro é para quando sairmos do euro", disse num aparte o deputado socialista Pedro Nuno Santos.
As reservas de ouro do Banco de Portugal ascendem a 382,5 toneladas, e valem atualmente 16.300 milhões de euros, o equivalente a 7,5% da dívida pública.
Segundo números do World Gold Council (WGC, organização internacional de empresas do setor do ouro), com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), as reservas portuguesas são atualmente as décimas quartas maiores do mundo.
De acordo com os números mais recentes do BdP, para fevereiro, as 382,5 toneladas de ouro equivalem a 16.300 milhões de euros. Este valor tem subido muito rapidamente graças à apreciação da cotação do ouro (cujo preço nos mercados internacionais quintuplicou na última década).
Os acordos internacionais subscritos pelo BdP limitam a quantidade de ouro que o Banco pode vender por ano, e há outras limitações legais que impedem o recurso às reservas para pagar défices orçamentais.
Contudo, se o ouro pudesse ser usado diretamente no financiamento do Estado, teria um impacto relativamente reduzido. Mesmo à cotação muito elevada que se regista atualmente para o ouro, as reservas valem apenas cerca 7,5% da dívida das administrações públicas.

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