Dia 12 de Novembro, Lisboa. Passos Coelho e Paulo Portas ouviram a chanceler alemã desabafar sobre a política de François Hollande.
A França, e particularmente a política económica do presidente François Hollande, é a grande preocupação da chanceler alemã Angela Merkel. Foi isso mesmo que o primeiro-ministro Passos Coelho e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas ouviram durante grande parte do almoço de trabalho com Merkel no dia 12 de Novembro, no Forte de S. Julião da Barra.
O i sabe que foi com algum espanto que os dois governantes portugueses ouviram a chanceler alemã falar longamente sobre a política económica de François Hollande. Angela Merkel mostrou uma grande preocupação pelo facto de a economia francesa não ser competitiva – daí apresentar um crescimento muito próximo da estagnação em 2012 e também para este ano – e por, ainda por cima, com as metas do défice em perigo, François Hollande ter aprovado uma baixa na idade da reforma para certos sectores da função pública, a par do anúncio da contratação de mais professores e de uma política fiscal muito controversa, nomeadamente o célebre imposto de 75% para rendimentos anuais superiores a um milhão de euros, que foi recentemente chumbado pela Comissão Constitucional francesa.
Alemanha cresce 0,75% em 2012 Angela Merkel está à vontade para criticar François Hollande porque, na Alemanha, os números mostram que a situação, não sendo óptima num clima de recessão na zona euro, está longe de ser semelhante à francesa. Berlim antecipou o défice zero para 2014, o nível de desemprego é o mais baixo em 20 anos e a economia alemã terá crescido 0,75% no ano passado, segundo os números provisórios anunciados ontem pelo governo alemão. O ministro da Economia alemão, Philip Rösler, avançou este dado depois de a Alemanha ter encerrado o quarto trimestre de 2012 sob uma conjuntura económica débil, e acrescentou que vislumbrava “sinais positivos” durante este ano.
FMI de acordo com Merkel Em Novembro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já dizia que as perspectivas de crescimento da França “continuam frágeis” e alertou que o país provavelmente não atingiria o seu objectivo de reduzir o défice público para 3% este ano.
“O crescimento económico continua lento e as perspectivas de curto prazo estão sujeitas a riscos de baixa”, afirmava, dizendo que o défice no país não iria cair abaixo de 3,5%, enquanto o crescimento cairia de 1,7% em 2011 para 0,2% em 2012.
Hollande optimista Mas o governo do presidente francês, François Hollande, estava muito mais optimista do que o FMI e construiu o seu orçamento para este ano com a expectativa de reduzir o seu défice anual para 3% do PIB, o limite imposto aos membros da zona do euro. Mais do isso, o governo francês esperava então que a economia iria crescer 0,8% em 2013, uma meta considerada muito optimista pelo Fundo Monetário Internacional.
“As perspectivas de crescimento para a França continuam frágeis, reflectindo as fracas condições na Europa”, dizia em Novembro o FMI. Segundo o fundo, o crescimento francês em 2013 será apenas de 0,4%.
Mais desemprego Além disso, afirmava o FMI, “o desemprego deverá subir ainda mais”, alertando para o facto de os governos europeus estarem acima de tudo preocupados com a redução dos seus défices, política que tinha efeitos negativos no crescimento e no emprego. E, como dizia Merkel a Passos Coelho e Paulo Portas, também o FMI falava na competitividade. “A recuperação da economia francesa também é prejudicada pela perda de competitividade, que se reflecte numa perda de exportações e em margens de lucro baixas em relação aos parceiros europeus.” “A diferença de competitividade deve-se, em grande parte, à dificuldade no funcionamento dos mercados de trabalho e de produtos – especialmente serviços.”
Banco de França confirma Além de Merkel e do FMI, também o Banco de França previa em Dezembro uma quebra do PIB francês em 0,1% no quarto trimestre, numa estimativa em que antevia ainda um recuo semelhante para o terceiro trimestre, colocando o país em recessão técnica.
Se os números forem confirmados pelo instituto francês de Estatísticas e Estudos Económicos, será a primeira vez que a França estará em recessão depois de ter saído da crise na Primavera de 2009, referia há um mês a agência de notícias francesa, France Presse.
Nas suas últimas previsões, o instituto francês de Estatísticas e Estudos Económicos antevia uma estagnação do PIB francês para os dois últimos trimestres de 2012, o que significaria um acumular de cinco trimestres consecutivos com “crescimento zero”, algo inédito desde o fim da II Guerra Mundial. Razão tinha Angela Merkel em Novembro.
A França, e particularmente a política económica do presidente François Hollande, é a grande preocupação da chanceler alemã Angela Merkel. Foi isso mesmo que o primeiro-ministro Passos Coelho e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas ouviram durante grande parte do almoço de trabalho com Merkel no dia 12 de Novembro, no Forte de S. Julião da Barra.
O i sabe que foi com algum espanto que os dois governantes portugueses ouviram a chanceler alemã falar longamente sobre a política económica de François Hollande. Angela Merkel mostrou uma grande preocupação pelo facto de a economia francesa não ser competitiva – daí apresentar um crescimento muito próximo da estagnação em 2012 e também para este ano – e por, ainda por cima, com as metas do défice em perigo, François Hollande ter aprovado uma baixa na idade da reforma para certos sectores da função pública, a par do anúncio da contratação de mais professores e de uma política fiscal muito controversa, nomeadamente o célebre imposto de 75% para rendimentos anuais superiores a um milhão de euros, que foi recentemente chumbado pela Comissão Constitucional francesa.
Alemanha cresce 0,75% em 2012 Angela Merkel está à vontade para criticar François Hollande porque, na Alemanha, os números mostram que a situação, não sendo óptima num clima de recessão na zona euro, está longe de ser semelhante à francesa. Berlim antecipou o défice zero para 2014, o nível de desemprego é o mais baixo em 20 anos e a economia alemã terá crescido 0,75% no ano passado, segundo os números provisórios anunciados ontem pelo governo alemão. O ministro da Economia alemão, Philip Rösler, avançou este dado depois de a Alemanha ter encerrado o quarto trimestre de 2012 sob uma conjuntura económica débil, e acrescentou que vislumbrava “sinais positivos” durante este ano.
FMI de acordo com Merkel Em Novembro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já dizia que as perspectivas de crescimento da França “continuam frágeis” e alertou que o país provavelmente não atingiria o seu objectivo de reduzir o défice público para 3% este ano.
“O crescimento económico continua lento e as perspectivas de curto prazo estão sujeitas a riscos de baixa”, afirmava, dizendo que o défice no país não iria cair abaixo de 3,5%, enquanto o crescimento cairia de 1,7% em 2011 para 0,2% em 2012.
Hollande optimista Mas o governo do presidente francês, François Hollande, estava muito mais optimista do que o FMI e construiu o seu orçamento para este ano com a expectativa de reduzir o seu défice anual para 3% do PIB, o limite imposto aos membros da zona do euro. Mais do isso, o governo francês esperava então que a economia iria crescer 0,8% em 2013, uma meta considerada muito optimista pelo Fundo Monetário Internacional.
“As perspectivas de crescimento para a França continuam frágeis, reflectindo as fracas condições na Europa”, dizia em Novembro o FMI. Segundo o fundo, o crescimento francês em 2013 será apenas de 0,4%.
Mais desemprego Além disso, afirmava o FMI, “o desemprego deverá subir ainda mais”, alertando para o facto de os governos europeus estarem acima de tudo preocupados com a redução dos seus défices, política que tinha efeitos negativos no crescimento e no emprego. E, como dizia Merkel a Passos Coelho e Paulo Portas, também o FMI falava na competitividade. “A recuperação da economia francesa também é prejudicada pela perda de competitividade, que se reflecte numa perda de exportações e em margens de lucro baixas em relação aos parceiros europeus.” “A diferença de competitividade deve-se, em grande parte, à dificuldade no funcionamento dos mercados de trabalho e de produtos – especialmente serviços.”
Banco de França confirma Além de Merkel e do FMI, também o Banco de França previa em Dezembro uma quebra do PIB francês em 0,1% no quarto trimestre, numa estimativa em que antevia ainda um recuo semelhante para o terceiro trimestre, colocando o país em recessão técnica.
Se os números forem confirmados pelo instituto francês de Estatísticas e Estudos Económicos, será a primeira vez que a França estará em recessão depois de ter saído da crise na Primavera de 2009, referia há um mês a agência de notícias francesa, France Presse.
Nas suas últimas previsões, o instituto francês de Estatísticas e Estudos Económicos antevia uma estagnação do PIB francês para os dois últimos trimestres de 2012, o que significaria um acumular de cinco trimestres consecutivos com “crescimento zero”, algo inédito desde o fim da II Guerra Mundial. Razão tinha Angela Merkel em Novembro.
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