terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Em 2013, a subida do IRS começa a partir dos 595 euros por mês - Dinheiro Vivo

Em 2013, a subida do IRS começa a partir dos 595 euros por mês - Dinheiro Vivo

As tão aguardadas tabelas de retenção na fonte do IRS ficaram disponíveis ontem à noite e entram hoje em vigor. O seu conteúdo confirma que o valor do imposto vai subir de forma acentuada, começando este agravamento a sentir-se nos salários acima dos 595 euros mensais. A inclusão nos ordenados dos subsídios de Natal e de férias em duodécimos vai mitigar esta situação, mas no final do ano cada trabalhador e pensionista terá perdido pelo menos um salário líquido.
Consulte as novas tabelas aqui (Valores das remunerações brutos)
O efeito da sobretaxa de 3,5% e das novas retenções que as empresas vão ser obrigadas a fazer aos salários dos seus trabalhadores vai causar que salários a rondar os 700 ou os 1000 euros euros vejam o valor do IRS mensal praticamente duplicar face a 2012.
De acordo com as novas tabelas, o contribuinte casado cujo salário bruto ultrapasse os 595 euro vê a taxa de imposto subir de 4% para 5% - tendo ainda de contar com a sobretaxa que em 2012 não existiu. Nos solteiros, os 595 euros são também a linha que separa os que vão passar a pagar mais dos que manterão a sua situação inalterada por estarem no grupo dos 60% de salários excluídos de tributação. Entre os pensionistas, só se mantém isentos de tributação os que ganham até 595 euros brutos por mês (contra os 675 até agora contemplados).
Veja aqui as simulações para casados com dependentes
Veja aqui as simulações para solteiros sem dependentes

Veja aqui as simulações para pensionistas

O agravamento das tabelas de retenção mensal contempla a generalidade dos contribuintes a partir deste patamar de rendimentos, sendo mais elevado entre os que ganham mais, registando-se uma subida de 4 pontos percentuais na taxa paga por quem ganha acima de 4576 euros por mês. No último patamar de rendimentos (acima de 25 mil euros) a taxa passa de 40% para 44%, refletindo já a contribuição de solidariedade.
Para suavizar este agravamento, os trabalhadores (públicos e privados) e pensionistas vão receber os subsídios em duodécimos. É esta solução que permite que a pessoa pague efetivamente mais imposto por mês, mas chegue ao final do mês com mais dinheiro no bolso do que em 2012 (ver infografia). O valor pago é, contudo, bastante maior do que o "aumento" do rendimento disponível. Este "milagre" financeiro traduz-se, no caso dos trabalhadores do sector privado, num revés: em junho e novembro, apenas contam com metade de cada subsídio.
O facto de a lei que estende ao setor privado o pagamento do duodécimo poder não estar em vigor a tempo de as empresas pagarem os primeiro doze avos já em janeiro, levou o Ministério das Finanças a criar uma regra especial que permite às empresas optarem por aplicar as tabelas de retenção do IRS de 2012 aos ordenados de janeiro. Mas se o fizerem, terão de proceder ao acerto respetivo em fevereiro e proceder igualmente ao acerto relativo à sobretaxa de 3,5%. A criação desta regra foi aplaudida pelo presidente da CCP, tendo João Vieira Lopes considerado "inevitável" que o Governo tomasse esta medida uma vez que "há empresas que já têm os salários [de janeiro] processados" e não haveria forma de lhes aplicar as novas tabelas de retenção.
Do lado da função pública, a data do processamento dos salários inviabilizou que fosse possível aplicar as novas taxas de IRS em janeiro. Mas tal como o Dinheiro Vivo noticiou na semana passada, os funcionários públicos começam a receber já a partir do final desta semana o primeiro duodécimo do subsídio de Natal. Entre os pensionistas, tanto o duodécimo como as novas taxas de retenção só começarão a surtir efeito em fevereiro (verificando- se então as necessárias correções face a janeiro). Todo isto fará com que apenas em março a generalidade dos trabalhadores e pensionista perceba quanto vai afinal ficar a ganhar por mês.
Compare aqui com as tabelas de 2012

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