sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Britânicos reabrem debate europeu - Internacional - Sol

Britânicos reabrem debate europeu - Internacional - Sol

O primeiro-ministro britânico recusa-se a «assistir às mudanças que se sucedem na Europa devido à moeda única, sentado e sem dizer nada sobre o assunto». Foi assim que David Cameron justificou na Câmara dos Comuns o discurso que fará hoje, em Amsterdão, sobre as exigências do Reino Unido face às esperadas alterações aos tratados europeus.
Segundo o governante, as propostas serão negociadas em Bruxelas e, depois de concluída a negociação, o novo estatuto será sujeito a um referendo nacional. O processo será complexo e o voto popular, diz Caderno, poderá ser convocado apenas em 2018, com ou sem acordo em Bruxelas.
Este calendário implica uma nova vitória dos conservadores nas eleições de 2015 – e mais convincente do que a anterior, pois os actuais parceiros de coligação (do Partido Liberal) não partilham do eurocepticismo dos conservadores nem parecem concordar com a agenda de Cameron.
«Numa altura em que ainda recuperamos lentamente de uma crise económica, não é bom criar um período tão grande de incerteza. A incerteza é inimiga do emprego e do crescimento», afirmou o primeiro-ministro adjunto e líder dos liberais, Nick Clegg, explicando por que não concorda «com a premissa de alterar unilateralmente os termos da filiação europeia» do país.
David Cameron mantém a opinião pessoal de que o Reino Unido deve pertencer à UE, mas partilha da vontade da maioria dos seus deputados em ver alguns poderes legislativos, actualmente centrados em Bruxelas, devolvidos a Londres. Mais de 100 deputados conservadores, apoiados pelo actual ministro dos Negócios Estrangeiros William Hague, apresentaram esta semana um plano para «acabar com o status-quo» e criar «uma nova e diferente relação com a Europa».
Proposta arrojada
Entre as propostas, encontra-se a exigência de Londres de reaver o poder legislativo em todas as políticas sociais e de trabalho; o limite da livre circulação de cidadãos europeus (argumentado com a existência de mais de 500 mil desempregados entre os 2,3 milhões de cidadãos europeus residentes no país); e uma diminuição substancial da participação britânica no orçamento europeu. Apesar de tudo isto, os conservadores querem garantir um «travão de emergência» para as regulações europeias que afectem o sector financeiro.
O líder da oposição trabalhista diz que, «quando se trata da Europa, são sempre os mesmos conservadores – um partido dividido e um primeiro-ministro fraco». Ed Miliband criticou ainda a decisão de Cameron em não convocar de imediato um referendo sobre a filiação europeia: «Afirma que isso seria desestabilizador, mas anunciar um para daqui a cinco anos é muito mais reconfortante».

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