terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Lisboa amanheceu a cheirar mal e ninguém sabe porquê - PUBLICO.PT

Não foi uma manhã fácil para o nariz dos lisboetas. Partes da cidade amanheceram nesta terça-feira envoltas num intenso odor a ovos podres ou lixo, fruto da combinação da meteorologia e de uma fonte de poluição que até às 12h30 ninguém sabia dizer qual era.
Mediante uma queixa recebidas esta manhã, o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR mobilizou uma equipa para investigar o que se passava, na zona entre Belém e Carnaxide. Mas o mau cheiro afectou tanto outras áreas da cidade, como outros concelhos vizinhos.
À Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo – organismo responsável por medir a poluição do ar na região – chegaram vários telefonemas, incluindo da margem sul do Tejo e de Cascais. Mas na estações de medição da CCDR, não havia nenhum sinal de alarme. “Não detectámos nada de absolutamente anormal naquilo que medimos”, afirma Luísa Nogueira, técnica da CCDR que gere a rede de monitorização.
As estações controlam apenas a concentração dos poluentes mais clássicos – como o dióxido de enxofre (SO2), o dióxido de azoto (NO2), o monóxido de carbono (CO) e as partículas. Desde ontem, têm-se verificado alguns picos de dióxido de azoto e de partículas, mas em estações em Lisboa onde isto acontece com frequência – as da avenida da Liberdade e dos Olivais. “Não é uma situação extraordinária”, diz Luísa Nogueira, acrescentando que muitas vezes os maus cheiros não estão associados a nenhum problema concreto de poluição com efeitos directos na saúde.
Situações do género em Lisboa não são inéditas. Muitas vezes, a cidade é afectada por odores que vêm de zonas industriais distantes, como Setúbal. Mas, segundo a meteorologista Paula Leitão, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Lisboa o vento estava esta manhã a soprar fraco de Nordeste. Isto sugere que o cheiro poderá estar a vir de alguma fonte localizada no vale do Tejo.
Seja qual for a origem do mau cheiro, a meteorologia está a dar um grande contributo. O frio, o tempo limpo e os ventos fracos, quase estagnados, estão a favorecer a concentração de poluentes junto ao solo – num fenómeno típico do Inverno.
Segundo Paula Leitão, do IPMA, as condições actuais do tempo vão-se manter nos próximos dias. Mas ao longo desta terça-feira, a situação de mau cheiro pode melhorar. À medida que a terra aquece, há mais movimento e mistura do ar. “Há mais dispersão de poluentes”, diz Paula Leitão.

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