quinta-feira, 1 de novembro de 2012

União Europeia. Amigos, amigos, cortes no orçamento milionário à parte | iOnline

União Europeia. Amigos, amigos, cortes no orçamento milionário à parte | iOnline

Comissão Europeia quer um orçamento para 2014-2020 que representa 1,1% do PIB da UE. Nórdicos e Reino Unido dizem que vão vetar proposta de Durão Barroso.

É mais uma guerra numa Europa cada vez mais dividida entre políticas de austeridade e de crescimento, com quatro países sujeitos a planos de resgate e mais dois, Espanha e Itália, à beira do abismo. A nova guerra estalou com a proposta de orçamento da União Europeia para o período de 2014 a 2020. A Comissão Europeia queria um aumento de 5% em relação ao período 2007 a 2013, ou seja, um orçamento que representaria 1,11% do PIB do conjunto dos 27 países da União Europeia. A proposta foi logo rejeitada pelo Reino Unido, com David Cameron a ameaçar vetar a proposta na cimeira de 22 e 23 de Novembro.
A discussão já anda no ar desde o Verão do ano passado e os desenvolvimentos não têm sido nada animadores. Esta semana a presidência cipriota apresentou uma nova proposta com um corte de 50 mil milhões de euros em relação ao orçamento avançado pela equipa de Durão Barroso. Terça-feira foi a vez de o executivo comunitário bater com o pé e dizer que não aceita tal redução. Para justificar esta posição, Bruxelas adianta que o próximo quadro financeiro plurianual deve ser uma “ferramenta para o investimento no crescimento e no emprego” e um porta--voz do executivo comunitário realçou, na conferência de imprensa diária da Comissão, que Bruxelas continua empenhada na sua proposta, que considera equilibrada. “Vamos defender a nossa posição”, na reunião do Conselho Europeu de 22 e 23 de Novembro, acrescentou Olivier Bailly. Mas Chipre justifica o corte porque “num momento de disciplina orçamental excepcional é essencial que o futuro quadro financeiro plurianual reflicta os esforços de consolidação que fazem os países que reconduzir défices e dívidas à sustentabilidade”, afirmou o vice-ministro cipriota para os Assuntos Europeus, Andreas Mavroyiannis.
Corte de 200 mil milhões Mas nem esta proposta é bem acolhida no Reino Unido e na Dinamarca, entre outros. As respostas de Londres e Copenhaga têm sido duras. Cameron quer um corte de 200 mil milhões de euros na proposta da Comissão Europeia e o governo dinamarquês adianta mesmo que vai exigir um retorno significativo de verbas à Comissão. Se a cimeira de 22 e 23 de Novembro for um fracasso, como se antevê, o assunto passa para 2013 e só deverá ser resolvido no Verão desse ano, em nova cimeira já com outra presidência na União Europeia.
1083 mil milhões Em Junho de 2011, a Comissão Europeia apresentou uma proposta de 1083 mil milhões de euros de despesas para o período 2014-2020, o que corresponde a 1,11% do produto interno bruto (PIB) europeu e um aumento de 5% em relação ao período 2007-2013.
A proposta foi imediatamente rejeitada por sete países – Reino Unido, França, Alemanha, Holanda, Finlândia, Suécia e Áustria –, todos contribuidores líquidos. O orçamento europeu é financiado em 80% por contribuições nacionais.

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